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CONTAS PÚBLICAS
Esforço fiscal do setor público é de 4,16% do PIB nos últimos 12 meses, superior aos 3,88% acertados com o FMI
Setor público supera metas com o Fundo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em um ano eleitoral, o setor público conseguiu ultrapassar a meta anual de economia de receitas
acertada com o FMI em R$ 6,7 bilhões até novembro.
Apesar dos resultados de dezembro serem tradicionalmente
deficitários, devido ao pagamento
do 13º salário dos servidores, o
chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir
Lopes, acredita que o cumprimento da meta está garantido.
A meta com o FMI é uma economia de R$ 50,3 bilhões para pagamento de juros da dívida pública (governo federal, Estados, municípios e estatais), o chamado superávit primário. Entre janeiro e
novembro, esse superávit ficou
em R$ 57 bilhões, o equivalente a
4,82% do PIB do período.
Em novembro, o resultado foi
positivo em R$ 3,17 bilhões, o segundo menor do ano. A Previdência Social teve um déficit de
R$ 2 bilhões por causa do pagamento do 13º dos aposentados.
As empresas estatais colaboraram com uma economia de apenas R$ 339 milhões. Para o ano,
era esperado que as estatais federais economizassem R$ 7,5 bilhões, mas, até novembro, o acumulado era de R$ 5,5 bilhões.
"O resultado dessas empresas é
muito errático. Mas é possível que
elas consigam fazer um superávit
primário de R$ 2 bilhões em dezembro", disse Lopes.
De qualquer forma, ele explicou
que o governo federal (Tesouro,
Previdência, Banco Central e estatais federais) conseguirá atingir os
R$ 38,2 bilhões previstos em agosto no acordo com o FMI.
Os Estados economizaram R$
10,231 bilhões entre janeiro e novembro. O resultado é 34,8%
maior que o de 2001.
No passado, era comum o aumento dos gastos em ano eleitoral. Agora, os Estados estão
"amarrados" em contratos de renegociação de dívidas feitos com
o Tesouro e têm que cumprir a Lei
de Responsabilidade Fiscal.
Os contratos feitos com o Tesouro determinam o bloqueio do
repasse dos fundos de participação estaduais em caso de inadimplência com o pagamento mensal
de dívidas. Os fundos são a parte
que cabe aos Estados no "bolo"
dos impostos federais.
Em relação ao PIB, o esforço fiscal do setor público é de 4,16%
nos últimos 12 meses, um total
bastante superior aos 3,88% acertados com o FMI para todo o ano.
Em 2003, apesar da meta cair para
3,75%, os governos continuarão
perseguindo uma economia correspondente a 3,88% do PIB no
primeiro semestre.
Somados os gastos com juros,
as contas públicas tiveram déficit
de 3,27% do PIB até novembro.
Segundo Lopes, esse déficit deverá fechar o ano em 4,25% por causa do aumento da taxa de juros
básica de 22% ao ano para 25%.
No início do ano, a previsão era
de déficit de 3,7% do PIB. Até novembro, a conta de juros do setor
público foi de R$ 96,6 bilhões. A
economia deste ano foi suficiente
para honrar 59% do que venceu
de juros da dívida pública.
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