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BEBIDAS
Negócio é avaliado em US$ 3,6 bi; empresa será o segundo maior fabricante mundial da marca e líder de mercado na AL
Coca-Cola mexicana compra a Panamco
DA REPORTAGEM LOCAL
A maior engarrafadora de produtos da Coca-Cola no México, a
Coca-Cola Femsa, anunciou ontem um acordo para adquirir a
Panamco (Panamerican Beverages Inc.). Com a consolidação do
negócio, a nova companhia passará a ser o segundo maior fabricante mundial de Coca-Cola e líder de mercado da marca na
América Latina.
A transação está avaliada em
US$ 3,6 bilhões, uma valorização
de 65% sobre o valor médio das
ações da Panamco no último ano.
Os acionistas da Panamco receberão US$ 22 por ação ordinária
classe A, totalizando US$ 1,82 bilhão. Os detentores de ações ordinárias classe B receberão US$ 38
por ação, o que soma US$ 247 milhões.
Do total desembolsado pela Coca-Cola Femsa na negociação,
US$ 880 milhões serão destinados
a assumir as dívidas pertencentes
à Panamco.
A Panamco lidera o engarrafamento da Coca-Cola na América
Latina e é responsável por 25% do
mercado brasileiro dos produtos
Coca-Cola.
Já a Coca-Cola Femsa, além de
liderar o mercado mexicano de
engarrafamento dos produtos da
Coca-Cola, detém 36,5% das vendas na Argentina e tem participação de 3,4% nas vendas mundiais
da Coca-Cola Co., que possui 30%
da empresa mexicana.
Segundo nota divulgada à imprensa pela Panamco, a aquisição
visa aumentar a escala de produção da Femsa no México e nos
mercados da América Central,
Colômbia, Venezuela, Argentina
e Brasil.
"A combinação dos investimentos no engarrafamento da
Panamco com a experiência profissional e tradição em gerar retornos, entre os maiores da indústria, da Coca-Cola Femsa abre
uma perspectiva de maiores ganhos de produtividade para os
nossos acionistas, distribuidores e
colaboradores", afirmou José Antonio Fernandez, presidente da
Coca-Cola Femsa. A opinião é endossada por Paulo Sá, presidente
da Panamco Brasil.
O otimismo é gerado, principalmente, porque a negociação vai
propiciar à Coca-Cola Co. unificar o sistema das operações de engarrafamento e de distribuição
dos produtos da marca para 167
milhões de consumidores latino-americanos.
Após a consolidação da compra, a nova companhia vai manter
o nome Coca-Cola Femsa. A previsão de receita está estimada em
US$ 4,6 bilhões por ano, ante o
US$ 1,9 bilhão movimentado pela
companhia mexicana em 2001.
A transação foi aprovada pelos
conselhos administrativos das
duas empresas, mas a concretização do acordo ainda está sujeita à
aprovação dos acionistas e à análise de órgãos antitruste nos EUA
e no México.
A conclusão da compra é esperada para o início do primeiro semestre de 2003.
A companhia mexicana pretende financiar parte da compra mediante empréstimo de US$ 2,05
bilhões do JP Morgan e do Morgan Stanley. O dinheiro também
vai ser usado para refinanciar as
dívidas da Panamco.
Batalha por mercados
Com o anúncio da aquisição da
Panamco pela Coca-Cola Femsa,
a guerra pela conquista de mercados entre a Coca-Cola Co. e a Pepsico ganha mais um capítulo.
Em maio deste ano, o PBG,
maior divisão da Pepsico responsável pela venda e distribuição de
produtos da companhia, fez uma
proposta de US$ 1,25 bilhão para
aquisição da Pepsi-Gemex, a
maior engarrafadora da empresa
fora dos EUA.
No Brasil, segundo analistas, a
unificação das operações entre a
Panamco e a Coca-Cola Femsa
também tem outro alvo: conter a
expansão das vendas de refrigerantes da AmBev (Companhia de
Bebidas das Américas) e dos refrigerantes populares, conhecidos
como tubaínas, no mercado brasileiro.
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