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Racionamento
contribuiu para
apagão, diz Arce
MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O racionamento de energia contribuiu, ainda que indiretamente,
para que o apagão de segunda-feira ocorresse, avalia o secretário de
Energia do Estado São Paulo,
Mauro Arce. O secretário é membro da GCE (Câmara de Gestão da
Crise de Energia Elétrica, o "ministério do apagão"). O ministro
Pedro Parente (Casa Civil), coordenador da GCE, havia negado
que o blecaute tivesse alguma relação com o racionamento.
Arce explicou que o risco de panes no sistema é maior porque algumas usinas ainda estão com os
reservatórios muito baixos. Para
economizar água dessas usinas, as
demais trabalham com carga total, transferindo energia para outras regiões e poupando as hidrelétricas que ainda enfrentam o
problema de baixos reservatórios.
Na segunda feira, pouco antes
do apagão, 60% do consumo das
regiões Sudeste e Centro-oeste estava sendo atendido por Itaipu e
por outras sete usinas, todas da
região de Ilha Solteira, onde aconteceu o acidente.
"É claro que numa situação assim, com esse desequilíbrio, o risco de algo acontecer com o sistema é maior", diz Arce.
Mas ele afirma que, para diminuir o risco de acidentes, seria
preciso reduzir a geração nessas
usinas e aumentar naquelas em
que os reservatórios estão baixos.
Arce avalia que essa seria uma opção pior do que admitir um risco
maior de ocorrência de apagões.
"O que vamos fazer? Deixar algumas usinas vertendo água e não
gerar energia? Secar os reservatórios das outras usinas?"
Ontem, ele disse que avalia que
a reação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) foi precipitada. A Agência afirmou que
multaria a CTEEP (Companhia
de Transmissão de Energia Elétrica Paulista). "Nós vamos recorrer.
Nossa avaliação é que não houve
erro por parte da CTEEP."
Segundo o secretário, das seis linhas de transmissão que saem de
Ilha Solteira, apenas quatro estavam funcionando. Quando a primeira linha foi desligada por causa da queda de um cabo, os equipamentos de segurança desligaram a segunda linha.
Arce diz que o segundo desligamento foi "indesejável". Mas ele
afirma que não houve falha. "O
equipamento é programado para
desligar a linha quando ocorrem
grandes oscilações", disse.
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