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TRABALHO
IBGE informa que taxa caiu em dezembro para 10,5% da PEA, ante 10,8% em igual mês de 2001
Procura menor reduz desemprego em dezembro
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
No último mês do governo Fernando Henrique Cardoso, o desemprego teve uma ligeira queda:
ficou em 10,5% em dezembro,
contra 10,8% no mesmo período
de 2001, segundo dados da nova
Pesquisa Mensal de Emprego do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em novembro, quando foram
divulgados pela primeira vez os
resultados do novo levantamento,
a taxa ficara em 10,9%.
A principal mudança metodológica é o período de referência
para a procura de trabalho -passou de uma semana para 30 dias.
Ou seja, está desempregado quem
procurou emprego até um mês
antes de responder a pesquisa.
Segundo Shyrlene Ramos de
Souza, economista do Departamento de Emprego e Rendimento
do IBGE, a redução do desemprego não foi resultado da criação de
novas vagas, mas reflexo da menor procura por um novo posto.
Para ela, a situação do mercado
de trabalho "ficou estável", pois
alguns indicadores melhoraram,
enquanto outros pioraram.
Em relação a novembro, o número de contratações caiu 0,7%.
Foi a primeira retração desde
março de 2002, já segundo dados
da nova pesquisa. No total de pessoas desocupadas, índice que puxou o desemprego para baixo em
dezembro, houve queda de 4,9%.
Na opinião do economista Fábio Romão, da consultoria LCA, o
recuo da ocupação -principal
termômetro do mercado de trabalho, segundo ele- é "um sinal
negativo". "Fica claro que o processo de recuperação iniciado nos
meses anteriores sofreu uma freada em dezembro", disse, destacando que a nova pesquisa representa um avanço ao se aproximar
dos métodos de outros países.
Segundo os novos critérios, a taxa média de desemprego ficou em
11,7% em 2002. São Paulo teve a
maior marca entre as regiões metropolitanas pesquisadas: 12,7%.
Mas não é possível comparação
com 2001, pois só existem dados a
partir de outubro. Pela antiga metodologia, o desemprego acumulado em 2002 ficou em 7,3% até
novembro -ante 6,3% em igual
período de 2001. Os resultados de
dezembro da pesquisa velha devem sair em duas semanas.
No novo levantamento, há duas
formas de medir a renda do trabalhador. Pelo critério de rendimento habitualmente recebido (que
só considera o salário) houve um
recuo de 2,3% de outubro para
novembro. Já o efetivamente recebido (inclui extras) cresceu
0,7% por causa do 13º salário.
Segundo o IBGE, não é possível
comparação com 2001 devido a
problemas nas primeiras pesquisas com a nova metodologia.
A pesquisa traz novos indicadores. Entre eles, mostra que a maior
parcela das pessoas desocupadas
em dezembro (38,7%) tinha 11
anos ou mais de estudo. Revela
ainda que nas seis regiões metropolitanas havia 2,118 milhões de
desempregados em dezembro e
20,198 milhões de pessoas trabalhando ou procurando emprego.
Os não-economicamente ativos
(fora do mercado de trabalho)
eram 16,335 milhões.
Em dezembro, 607 mil pessoas
estiveram ocupadas menos do
que a jornada de 40 horas. São os
subocupados, que desejam trabalhar mais tempo, mas não conseguem. Para os especialistas, esse
grupo se caracteriza pelos "bicos"
-serviços alternativos.
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