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São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 2003

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TRABALHO

IBGE informa que taxa caiu em dezembro para 10,5% da PEA, ante 10,8% em igual mês de 2001

Procura menor reduz desemprego em dezembro

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

No último mês do governo Fernando Henrique Cardoso, o desemprego teve uma ligeira queda: ficou em 10,5% em dezembro, contra 10,8% no mesmo período de 2001, segundo dados da nova Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em novembro, quando foram divulgados pela primeira vez os resultados do novo levantamento, a taxa ficara em 10,9%.
A principal mudança metodológica é o período de referência para a procura de trabalho -passou de uma semana para 30 dias. Ou seja, está desempregado quem procurou emprego até um mês antes de responder a pesquisa.
Segundo Shyrlene Ramos de Souza, economista do Departamento de Emprego e Rendimento do IBGE, a redução do desemprego não foi resultado da criação de novas vagas, mas reflexo da menor procura por um novo posto.
Para ela, a situação do mercado de trabalho "ficou estável", pois alguns indicadores melhoraram, enquanto outros pioraram.
Em relação a novembro, o número de contratações caiu 0,7%. Foi a primeira retração desde março de 2002, já segundo dados da nova pesquisa. No total de pessoas desocupadas, índice que puxou o desemprego para baixo em dezembro, houve queda de 4,9%.
Na opinião do economista Fábio Romão, da consultoria LCA, o recuo da ocupação -principal termômetro do mercado de trabalho, segundo ele- é "um sinal negativo". "Fica claro que o processo de recuperação iniciado nos meses anteriores sofreu uma freada em dezembro", disse, destacando que a nova pesquisa representa um avanço ao se aproximar dos métodos de outros países.
Segundo os novos critérios, a taxa média de desemprego ficou em 11,7% em 2002. São Paulo teve a maior marca entre as regiões metropolitanas pesquisadas: 12,7%.
Mas não é possível comparação com 2001, pois só existem dados a partir de outubro. Pela antiga metodologia, o desemprego acumulado em 2002 ficou em 7,3% até novembro -ante 6,3% em igual período de 2001. Os resultados de dezembro da pesquisa velha devem sair em duas semanas.
No novo levantamento, há duas formas de medir a renda do trabalhador. Pelo critério de rendimento habitualmente recebido (que só considera o salário) houve um recuo de 2,3% de outubro para novembro. Já o efetivamente recebido (inclui extras) cresceu 0,7% por causa do 13º salário.
Segundo o IBGE, não é possível comparação com 2001 devido a problemas nas primeiras pesquisas com a nova metodologia.
A pesquisa traz novos indicadores. Entre eles, mostra que a maior parcela das pessoas desocupadas em dezembro (38,7%) tinha 11 anos ou mais de estudo. Revela ainda que nas seis regiões metropolitanas havia 2,118 milhões de desempregados em dezembro e 20,198 milhões de pessoas trabalhando ou procurando emprego. Os não-economicamente ativos (fora do mercado de trabalho) eram 16,335 milhões.
Em dezembro, 607 mil pessoas estiveram ocupadas menos do que a jornada de 40 horas. São os subocupados, que desejam trabalhar mais tempo, mas não conseguem. Para os especialistas, esse grupo se caracteriza pelos "bicos" -serviços alternativos.


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