São Paulo, quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

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MERCADO ABERTO

Vale descarta rever privatização

Roger Agnelli, diretor-presidente da Vale do Rio Doce, disse ontem, após solenidade no Palácio do Planalto, estar "tranqüilo" em relação à decisão judicial que determinou a revisão da venda da companhia por não haver "o que questionar" no processo de privatização, de maio de 1997.
O empresário se referia à decisão da 5ª Turma do TRF (Tribunal Regional Federal) de Brasília, divulgada neste mês, que determinou perícia técnica na venda da Vale, uma das principais privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso.
Sem entrar em detalhes, Agnelli lembrou que há eleições em outubro: "Este é um ano que tem muita conversa, muita discussão, é político. Nós estamos tranqüilos, continuamos trabalhando".
Segundo o diretor-presidente da companhia, a decisão da Justiça é de outubro, e já houve recurso. "Confio plenamente na Justiça. Acho que não há o que questionar em referência à privatização da Vale", afirmou Agnelli.
O objetivo da decisão judicial é elucidar a suspeita de que o patrimônio da empresa tenha sido subestimado no processo de avaliação que antecedeu o leilão. Se ficar comprovado o prejuízo, os responsáveis podem ser condenados a ressarcir o erário.
A companhia foi arrematada pelo Consórcio Brasil, liderado à época pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). Comprou do governo 41,73% das ações da empresa por R$ 3,338 bilhões, em valores da época. Hoje, a União detém 6,1% das ações.
"Foi um leilão aberto, público. As premissas utilizadas à época eram as válidas naquela oportunidade. A Vale tem crescido muito desde a privatização", diz o executivo da Vale.
De acordo com Agnelli, os advogados têm acompanhado o caso. "A questão é jurídica e técnica. Os advogados estão tranqüilos. Evidentemente que fica esse barulho da privatização, o que foi e o que não foi", afirmou.

CHURRASCO SAMURAI
O restaurante Varanda Grill começou a produzir no Brasil o famoso "Kobe style beef", considerada a carne mais macia do mundo, além de ser a mais valorizada comercialmente. No Japão, país que desenvolveu a tecnologia de criação de gado em confinamento com o objetivo de torná-lo menos musculoso e, portanto, de carne mais suave, um quilo do produto custa entre US$ 100 e US$ 400. Em São Paulo, o preço ainda não foi estimado, mas, segundo Silvio Lazzarini, proprietário do Varanda, deve ser inferior ao praticado no Japão. "O nosso custo de produção é bem mais barato que o dos japoneses", diz o empresário, que ainda não tem o produto pronto, mas já está criando gado com tecnologia importada mista (japonesa e norte-americana) em fazenda de São José do Rio Preto, em caráter experimental. Segundo Lazzarini, a carne de Kobe deve chegar às mesas do restaurante em, no máximo, dois anos.

CARAVANA
Uma "caravana" de diretores de grandes construtoras do país segue para a Alemanha na próxima sexta. Na segunda, eles participam de seminário com os objetivos de trazer investidores estrangeiros ao país e de fechar parcerias para obras em solo alemão. O evento deve destacar principalmente pacotes de rodovias. "Queremos atrair novas fontes de recursos para cá e oferecer possibilidade para as empresas nacionais se internacionalizarem", diz Ralph Terra, vice da Abdib (indústria de base).

CEVADA PREMIUM
A Kaiser aproveita o aniversário de 452 anos de São Paulo para lançar na cidade uma nova cerveja de primeira linha, a Kaiser Gold. Do tipo pilsen, a bebida, que tem cor dourada e aroma e sabor mais fortes, deve disputar mercado com produtos premium como a Bohemia e a Original -ambas da AmBev. A cerveja será vendida em bares, restaurantes e supermercados em embalagens long neck e em garrafas de 600 ml. Até o meio do ano, o plano da Kaiser é estender a distribuição para todo o país.

PACOTE FIXO
A Telefônica lança amanhã pacotes de minutos fechados, semelhantes aos de celulares, voltados para clientes de telefonia fixa. Em 12 meses, a empresa espera atingir 1 milhão de clientes. Há pacotes de 250 a 1.200 minutos por mês com descontos.

SOB NOVA DIREÇÃO
O Instituto Teotônio Vilela, órgão ligado ao PSDB, ganhou novos diretores. Entre eles está o diretor do Centro de Estudos Avançados e Estratégicos do Ciesp, Ruy Altenfelder, que já foi secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento de Alckmin.

GENÉRICOS
Com planos de elevar a capacidade de produção e as exportações neste ano, a Medley encerrou o mês de dezembro na liderança em medicamentos genéricos, com 29,9% de participação de mercado em faturamento e 29,22% em vendas por unidades.

TURISMO CORPORATIVO
Para atender à crescente demanda do turismo corporativo, o Portobello Resort & Safári, na Costa Verde do Rio, investiu cerca de R$ 1 milhão em um centro de convenções, que será inaugurado em março, com um evento da Fundação Getulio Vargas.

LEITURA
A política de preços baixos da maior rede varejista do mundo e seus efeitos são abordados no livro "The Wal-Mart Effect: How the Most Powerful Company Really Works and How It's Transforming the American Economy" (ainda sem versão em português). O autor, Charles Fishman, editor da revista "Fast Company", relata, por exemplo, histórias de executivos aposentados da rede e de fornecedores sobre as negociações com a empresa da família Walton. E discorre sobre como a obssessão pelo menor preço influenciou o consumidor americano na busca pela barganha.


Autor: Charles Fishman
Editora: Penguin Press
Preço: US$ 25,95 (R$ 58)


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