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MERCADO ABERTO
Vale descarta rever privatização
Roger Agnelli, diretor-presidente da Vale do Rio Doce,
disse ontem, após solenidade no Palácio do Planalto,
estar "tranqüilo" em relação à
decisão judicial que determinou
a revisão da venda da companhia
por não haver "o que questionar"
no processo de privatização, de
maio de 1997.
O empresário se referia à decisão da 5ª Turma do TRF (Tribunal Regional Federal) de Brasília,
divulgada neste mês, que determinou perícia técnica na venda
da Vale, uma das principais privatizações do governo Fernando
Henrique Cardoso.
Sem entrar em detalhes, Agnelli lembrou que há eleições em
outubro: "Este é um ano que tem
muita conversa, muita discussão,
é político. Nós estamos tranqüilos, continuamos trabalhando".
Segundo o diretor-presidente
da companhia, a decisão da Justiça é de outubro, e já houve recurso. "Confio plenamente na Justiça. Acho que não há o que questionar em referência à privatização da Vale", afirmou Agnelli.
O objetivo da decisão judicial é
elucidar a suspeita de que o patrimônio da empresa tenha sido subestimado no processo de avaliação que antecedeu o leilão. Se ficar comprovado o prejuízo, os
responsáveis podem ser condenados a ressarcir o erário.
A companhia foi arrematada
pelo Consórcio Brasil, liderado à
época pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). Comprou
do governo 41,73% das ações da
empresa por R$ 3,338 bilhões,
em valores da época. Hoje, a
União detém 6,1% das ações.
"Foi um leilão aberto, público.
As premissas utilizadas à época
eram as válidas naquela oportunidade. A Vale tem crescido muito desde a privatização", diz o
executivo da Vale.
De acordo com Agnelli, os advogados têm acompanhado o caso. "A questão é jurídica e técnica. Os advogados estão tranqüilos. Evidentemente que fica esse
barulho da privatização, o que foi
e o que não foi", afirmou.
CHURRASCO SAMURAI
O restaurante Varanda Grill começou a produzir no Brasil o
famoso "Kobe style beef", considerada a carne mais macia do
mundo, além de ser a mais valorizada comercialmente. No Japão, país que desenvolveu a tecnologia de criação de gado em
confinamento com o objetivo de torná-lo menos musculoso e,
portanto, de carne mais suave, um quilo do produto custa entre US$ 100 e US$ 400. Em São Paulo, o preço ainda não foi estimado, mas, segundo Silvio Lazzarini, proprietário do Varanda, deve ser inferior ao praticado no Japão. "O nosso custo de
produção é bem mais barato que o dos japoneses", diz o empresário, que ainda não tem o produto pronto, mas já está
criando gado com tecnologia importada mista (japonesa e
norte-americana) em fazenda de São José do Rio Preto, em caráter experimental. Segundo Lazzarini, a carne de Kobe deve
chegar às mesas do restaurante em, no máximo, dois anos.
CARAVANA
Uma "caravana" de diretores
de grandes construtoras do país
segue para a Alemanha na próxima sexta. Na segunda, eles participam de seminário com os objetivos de trazer investidores estrangeiros ao país e de fechar
parcerias para obras em solo alemão. O evento deve destacar
principalmente pacotes de rodovias. "Queremos atrair novas
fontes de recursos para cá e oferecer possibilidade para as empresas nacionais se internacionalizarem", diz Ralph Terra, vice
da Abdib (indústria de base).
CEVADA PREMIUM
A Kaiser aproveita o aniversário de 452 anos de São Paulo para
lançar na cidade uma nova cerveja de primeira linha, a Kaiser
Gold. Do tipo pilsen, a bebida,
que tem cor dourada e aroma e
sabor mais fortes, deve disputar
mercado com produtos premium como a Bohemia e a Original -ambas da AmBev. A cerveja será vendida em bares, restaurantes e supermercados em embalagens long neck e em garrafas
de 600 ml. Até o meio do ano, o
plano da Kaiser é estender a distribuição para todo o país.
PACOTE FIXO
A Telefônica lança amanhã pacotes de minutos fechados, semelhantes aos de celulares, voltados para clientes de telefonia
fixa. Em 12 meses, a empresa espera atingir 1 milhão de clientes.
Há pacotes de 250 a 1.200 minutos por mês com descontos.
SOB NOVA DIREÇÃO
O Instituto Teotônio Vilela, órgão ligado ao PSDB, ganhou novos diretores. Entre eles está o diretor do Centro de Estudos
Avançados e Estratégicos do
Ciesp, Ruy Altenfelder, que já foi
secretário de Ciência, Tecnologia
e Desenvolvimento de Alckmin.
GENÉRICOS
Com planos de elevar a capacidade de produção e as exportações neste ano, a Medley encerrou o mês de dezembro na liderança em medicamentos genéricos, com 29,9% de participação
de mercado em faturamento e
29,22% em vendas por unidades.
TURISMO CORPORATIVO
Para atender à crescente demanda do turismo corporativo,
o Portobello Resort & Safári, na
Costa Verde do Rio, investiu cerca de R$ 1 milhão em um centro
de convenções, que será inaugurado em março, com um evento
da Fundação Getulio Vargas.
LEITURA
A política de preços baixos da
maior rede varejista do mundo e
seus efeitos são abordados no livro "The Wal-Mart Effect: How
the Most Powerful Company
Really Works and How It's
Transforming the American
Economy" (ainda sem versão em
português). O autor, Charles Fishman, editor da revista "Fast Company", relata, por exemplo, histórias de executivos aposentados da
rede e de fornecedores sobre as
negociações com a empresa da família Walton. E discorre sobre como a obssessão pelo menor preço
influenciou o consumidor americano na busca pela barganha.
Autor: Charles Fishman
Editora: Penguin Press
Preço: US$ 25,95 (R$ 58)
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