|
Próximo Texto | Índice
Mercado Aberto
Guilherme Barros - guilherme.barros@uol.com.br
Em carta a Dilma, Ermírio dá apoio a PAC
O empresário Antônio Ermírio de Moraes, presidente do
grupo Votorantim, manifestou
otimismo com o PAC (Programa de Aceleração Econômica)
do governo.
"Se tudo o que está escrito no
plano for executado, o Brasil
será uma nação do Primeiro
Mundo", afirmou o empresário. "Só espero que não seja como os outros planos, que nunca
saíram do papel."
Ermírio de Moraes encaminhou ontem uma carta à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma
Rousseff, a gerente do PAC,
manifestando seu apoio ao programa. Ele diz, na carta, que ficou satisfeito com o programa e
manifesta esperança de que ele
seja cumprido. "Já vi muitos
programas nos últimos anos
que não foram realizados."
O empresário assinala também, na carta, que, nos últimos
quatro anos, durante o primeiro mandato do governo Lula, a
CBA (Companhia Brasileira de
Alumínio), do grupo Votorantim, investiu mais de US$ 1 bilhão anuais. E se prepara para
investir mais de US$ 1 bilhão
neste ano.
O empresário afirma ainda,
no documento, que a CBA, localizada em Alumínio, no interior do Estado de São Paulo,
acaba de se tornar a maior produtora de alumínio da América
Latina. A fábrica é capaz de
produzir 475 mil toneladas de
alumínio primário por ano.
Esperançoso com o PAC, o
empresário considerou o programa bastante homogêneo,
com a preocupação de beneficiar diversos setores da economia. O grande problema, a seu
ver, é se o plano só beneficiar
um ou outro setor na sua execução. "O governo não pode beneficiar um setor e esquecer
outro", afirmou.
A grande dúvida de Ermírio
de Moraes é se o programa irá
sair do papel. Nos últimos anos,
ele disse que já assistiu a diversos planos serem lançados pelos governos, sempre com a
promessa de que seriam executados, mas nunca se tornaram
realidade.
"Como brasileiro, sentiria-me muito gratificado se desta
vez der certo. O programa é
abrangente, e torço para que tenha êxito", diz.
O empresário afirma acreditar que os outros planos não deram certo principalmente por
dois motivos. Em primeiro lugar, por problemas financeiros,
que impediram o governo de levar adiante muitas de suas promessas.
Depois, por uma falta de entrosamento dentro do próprio
governo. "Muitos governos não
conseguiram executar os planos, apesar de no papel estarem
excelentes", disse o empresário. "Houve excesso de otimismo muitas vezes."
Frase
"Se tudo o que está escrito no plano [PAC] for executado, o Brasil será uma nação do Primeiro Mundo.
Só espero que não seja como os outros planos, que nunca saíram do papel"
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
empresário
análise
Efeito Chávez reduz dinheiro de fora na AL
A Unctad divulgou os números do investimento direto no mundo em 2006. O total foi de US$ 1,2 trilhão,
34,3% maior do que em
2005. Nos países em desenvolvimento, que inclui a
América Latina, o investimento direto estrangeiro somou US$ 367,7 bilhões, 10%
a mais do que em 2005.
Já o montante investido
na América Latina e no Caribe foi de US$ 99 bilhões,
4,5% a menos do que no ano
anterior.
O Brasil recebeu US$ 16 bilhões, uma alta de 5,9% em
relação a 2005, e o Chile,
US$ 9,9 bilhões, 48,4% a
mais do que no ano anterior.
Para Adriano Pires, diretor
do Centro Brasileiro de Infra-estrutura, esse é o resultado do Efeito Chávez. Os investimentos diretos estrangeiros só caíram na América
Latina e Caribe, e o motivo, a
seu ver, são os governos que
defendem a intervenção na
economia, como a Venezuela
e a Bolívia.
"O investidor estrangeiro
só aplica o seu dinheiro onde
tem segurança jurídica", diz
Pires.
ESPELHO MEU
Malu Barretto, que deixou a direção de marketing mundial
do italiano Valentino para assumir a Lancôme no Brasil,
trouxe Daria Werbowy, a top model da marca, para assistir,
hoje, ao desfile da grife Raia de Goeye na São Paulo Fashion
WeeK e lançar a nova coleção da Lancôme no evento. Entre
as novas ações para o Brasil, a executiva irá promover o primeiro investimento em responsabilidade social da Lancôme
no país. A marca patrocinará o projeto do artista plástico
Vik Muniz, no Rio, entre outras ações. "O objetivo é promover uma aproximação com a realidade brasileira."
CONTRARIEDADE
Guido Mantega (Fazenda)
não gostou do corte de apenas 0,25 ponto da Selic, mas
não irá se manifestar publicamente seu desconforto
por lealdade ao presidente
Lula. Mantega não quer
mostrar que há desentendimento entre a Fazenda e o
Banco Central. A redução
dos juros é considera fundamental para o sucesso do
PAC. Logo depois da decisão
do Copom, Mantega e Meirelles viajaram juntos com
Lula para Davos, na Suíça,
no Aerolula.
NA CHINA
Juan Quirós, presidente
da Apex, participou ontem
em Davos de uma reunião
com a direção do Fórum
Econômico Mundial para
acertar a participação do
Brasil no "Broad Company
in Dinamic Market", que
ocorre neste primeiro semestre na China. O evento é
uma espécie de Fórum de
Davos para as pequenas e
médias empresas. O limite
será de 500 empresas. O
Brasil, por meio da Apex, terá o direito de participar
com 15 empresas.
GUERRA
Mais um capítulo na guerra das cervejas. Quem acessa
o site www.aboa.com.br entra direto na página da cerveja Sol, da Femsa. Como se
sabe, a campanha da "Boa"
foi criada pela Antarctica. A
marca lançou inclusive o site
www.boa.com.br, que recebe 70 mil visitantes por dia.
A AmBev, dona da Antarctica, vai entrar na Justiça contra a Femsa com o pedido
para o endereço www.aboa.com.br ser tirado do ar.
AGROMINISTRO
O agronegócio faz lobby
para que o paranaense Osmar Dias (PDT) seja o novo
ministro da Agricultura. Sabe que a oposição ao seu nome é forte e tem nome: o governador Roberto Requião.
LARGADA
A Caixa fechou ontem a
primeira ação do PAC: um
empréstimo de R$ 163 milhões para saneamento em
Campo Grande (MS). Será
assinado amanhã pelo governador André Puccinelli e
pela presidente da Caixa,
Maria Fernanda Coelho.
com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA
Próximo Texto: BC resiste a pressão e reduz corte do juro Índice
|