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Bradesco compra BMC e deve dobrar crédito consignado
Com a aquisição, carteira destinada a empréstimos com desconto em folha do banco chegará a cerca de R$ 3 bilhões
Instituição fará aumento de capital de R$ 800 milhões para quitar a operação; presidente do Bradesco diz que manterá marca BMC
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Bradesco anunciou ontem
a compra do banco BMC, em
uma operação que praticamente dobrará sua carteira de crédito consignado.
Um aumento de capital de R$
800 milhões está planejado para quitar o negócio. O Bradesco
pagará o BMC apenas com a
transferência de ações.
Márcio Cypriano, presidente
do Bradesco, afirmou que a
marca BMC será mantida. O
BMC é uma das instituições
mais atuantes no segmento de
crédito consignado, especialmente para aposentados e pensionistas do INSS.
"A operação com o BMC vai
dobrar imediatamente a nossa
posição em crédito consignado,
para cerca de R$ 3 bilhões", disse Cypriano. "Esse segmento
tem um apelo muito forte, sendo a inadimplência próxima de
zero", afirmou o presidente do
Bradesco, ao comentar os motivos da aquisição do BMC.
O BMC foi fundado em 1939,
em Fortaleza. Nos últimos
anos, cresceu na concessão crédito consignado, ao espalhar
correspondentes em regiões de
baixa bancarização.
A operação anunciada pelo
Bradesco foi a primeira importante no setor bancário em
2007. No ano passado, em março, o Bradesco adquiriu as operações da American Express no
país por US$ 490 milhões. No
final de 2005, levou o controle
do Banco do Estado do Ceará.
O Itaú, principal concorrente
do Bradesco, não tem ficado
atrás: em maio, adquiriu as
operações do BankBoston no
país por US$ 2,2 bilhões.
Para Marcel Artoni de Marco, analista financeiro do Inepad (Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração), "o
mercado bancário atravessa
um período de concentração".
"Essa é a tendência, basta ver as
recentes aquisições feitas pelos
grandes bancos, como o próprio Bradesco e o Itaú", diz.
O impacto da compra do
BMC no balanço do Bradesco
vai ser pequeno. O Bradesco
mostrou em seu resultado do
terceiro trimestre de 2006 contar com ativos totais consolidados de R$ 243,19 bilhões. O
BMC registrava ativos de R$
2,34 bilhões em setembro -ou
seja, menos de 1% do Bradesco.
De acordo com o último ranking do Banco Central, o Itaú
superou o Bradesco e se tornou
o maior banco privado em ativos. Mas o Bradesco contesta o
ranking do BC, pois a autoridade monetária não considera
segmentos como os de administração de cartões de crédito
e de previdência.
Pelo ranking do BC, o Bradesco contava com ativos de R$
195,7 bilhões em setembro,
contra R$ 201,3 bilhões do Itaú.
Para o presidente do Bradesco, a polêmica não existe. "O
Bradesco tem um balanço só,
não dois. E é o maior banco brasileiro em ativos", diz.
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