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Americanas leva lojas da Blockbuster
Rede fez a maior oferta pelas 127 unidades da franqueadora do Unibanco por R$ 186,2 milhões
Intenção é transformar pontos em Americanas Express; expansão deve incomodar gigantes do setor varejista no país
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Apenas dois meses após
anunciar parceria com o Submarino, a Lojas Americanas fecha um novo negócio: por R$
186,2 milhões, comprou as 127
lojas próprias da BWU Comércio e Entretenimento S.A., empresa franqueadora da rede de
locadoras de vídeo Blockbuster
-até então controlada pela família Moreira Salles, do Unibanco. Além da aquisição, a rede assinou nos EUA um contrato de uso da marca Blockbuster
por 20 anos. Foi o Unibanco
que procurou a cadeia varejista,
em uma operação no formato
de leilão iniciada em dezembro,
apurou a Folha. Além da Americanas -que pagará a compra
com dinheiro do caixa-, havia
outros dois interessados.
Com isso, a Americanas passa a incomodar mais os grandes
do varejo -objetivo já declarado no ano passado pelo comando da rede de departamento,
controlada por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos
Alberto Sicupira. Em uma tacada só, a rede passa de 237 lojas
para 364 pontos no país. Na região Sudeste, pula de 144 para
249 unidades.
Os pontos adquiridos serão
transformados em Americanas
Express, bandeira da rede para
lojas menores, e a idéia inicial é
incorporar o logo da rede brasileira ao ponto, com a manutenção da palavra "Blockbuster"
no layout, em azul, e o "Americanas Express", em vermelho,
apurou a Folha. Haverá uma
ampliação no volume e tipos de
itens vendidos na locadora. Será mantida a comercialização
de DVDs nas unidades, mas a
intenção da rede não está apenas em explorar esse negócio.
"A operação foi interessante
para a Americanas por causa
dos pontos bem localizados em
regiões onde há forte presença
das classes A e B, que não são
atingidas por parte das lojas da
cadeia", explica Antonio Heluany Neto, da corretora Ágora.
Como a rede passou a ser dona de 127 lojas -das 141 Blockbusters no país-, os outros 14
pontos que pertencem à franqueados estão fora no acordo.
O valor da transação será pago em 24 de maio e corresponde a R$ 1,464 milhão por unidade comprada -o equivalente
a uma loja tradicional da Americanas, porém com uma área
de vendas maior, calcula Marcio Kawassaki, analista do setor pela Fator Corretora. Se a
empresa fosse construir uma
Americanas Express com o
mesmo tamanho médio de
uma Blockbuster, gastaria R$
500 mil. "O ágio pago ocorreu
por conta da boa localização
dos pontos", disse Kawassaki.
O mercado considerou a operação positiva. Ontem, os papéis
PN da rede subiram 2,44%.
Uma equipe de advogados da
varejista foi aos EUA negociar
o acordo de uso da marca
Blockbuster, numa operação
fechada na semana passada,
apurou a Folha. Ficou decidido
que a rede pagará royalties pelo
uso do nome. A princípio, será
definido um valor a ser pago, e
não uma taxa sobre as vendas.
A empresa nega.
Há algumas dúvidas no negócio. Exemplo: se houver uma
unidade da Americanas próxima da nova loja da Blockbuster/Americanas Express, então
a unidade poderá não ter esse
nome (manterá apenas a palavra Blockbuster) para não canibalizar a loja mais antiga.
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