São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

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Americanas leva lojas da Blockbuster

Rede fez a maior oferta pelas 127 unidades da franqueadora do Unibanco por R$ 186,2 milhões

Intenção é transformar pontos em Americanas Express; expansão deve incomodar gigantes do setor varejista no país


ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Apenas dois meses após anunciar parceria com o Submarino, a Lojas Americanas fecha um novo negócio: por R$ 186,2 milhões, comprou as 127 lojas próprias da BWU Comércio e Entretenimento S.A., empresa franqueadora da rede de locadoras de vídeo Blockbuster -até então controlada pela família Moreira Salles, do Unibanco. Além da aquisição, a rede assinou nos EUA um contrato de uso da marca Blockbuster por 20 anos. Foi o Unibanco que procurou a cadeia varejista, em uma operação no formato de leilão iniciada em dezembro, apurou a Folha. Além da Americanas -que pagará a compra com dinheiro do caixa-, havia outros dois interessados.
Com isso, a Americanas passa a incomodar mais os grandes do varejo -objetivo já declarado no ano passado pelo comando da rede de departamento, controlada por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Em uma tacada só, a rede passa de 237 lojas para 364 pontos no país. Na região Sudeste, pula de 144 para 249 unidades.
Os pontos adquiridos serão transformados em Americanas Express, bandeira da rede para lojas menores, e a idéia inicial é incorporar o logo da rede brasileira ao ponto, com a manutenção da palavra "Blockbuster" no layout, em azul, e o "Americanas Express", em vermelho, apurou a Folha. Haverá uma ampliação no volume e tipos de itens vendidos na locadora. Será mantida a comercialização de DVDs nas unidades, mas a intenção da rede não está apenas em explorar esse negócio. "A operação foi interessante para a Americanas por causa dos pontos bem localizados em regiões onde há forte presença das classes A e B, que não são atingidas por parte das lojas da cadeia", explica Antonio Heluany Neto, da corretora Ágora.
Como a rede passou a ser dona de 127 lojas -das 141 Blockbusters no país-, os outros 14 pontos que pertencem à franqueados estão fora no acordo.
O valor da transação será pago em 24 de maio e corresponde a R$ 1,464 milhão por unidade comprada -o equivalente a uma loja tradicional da Americanas, porém com uma área de vendas maior, calcula Marcio Kawassaki, analista do setor pela Fator Corretora. Se a empresa fosse construir uma Americanas Express com o mesmo tamanho médio de uma Blockbuster, gastaria R$ 500 mil. "O ágio pago ocorreu por conta da boa localização dos pontos", disse Kawassaki. O mercado considerou a operação positiva. Ontem, os papéis PN da rede subiram 2,44%.
Uma equipe de advogados da varejista foi aos EUA negociar o acordo de uso da marca Blockbuster, numa operação fechada na semana passada, apurou a Folha. Ficou decidido que a rede pagará royalties pelo uso do nome. A princípio, será definido um valor a ser pago, e não uma taxa sobre as vendas. A empresa nega.
Há algumas dúvidas no negócio. Exemplo: se houver uma unidade da Americanas próxima da nova loja da Blockbuster/Americanas Express, então a unidade poderá não ter esse nome (manterá apenas a palavra Blockbuster) para não canibalizar a loja mais antiga.


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