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Bovespa tem melhor pregão desde 2002
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
No que foi o último pregão
da Bovespa na semana, os investidores foram às compras.
A maioria das ações mais negociadas terminou ontem
em alta, o que levou a Bolsa
de Valores de São Paulo a registrar valorização de 5,95%
-a mais forte elevação em
um pregão em mais de cinco
anos.
A semana foi marcada por
muita oscilação na Bolsa
paulista. O índice Ibovespa,
que reúne as 64 ações de
maior liquidez, fechou a semana aos 57.463 pontos,
praticamente estável. O pior
pregão foi o de segunda-feira, quando a Bolsa desabou
6,60%. Hoje é feriado em São
Paulo, aniversário da cidade.
O câmbio também reagiu,
com o dólar terminando as
operações de ontem com depreciação de 2,14% diante do
real, a R$ 1,786.
A Bovespa não subia tanto
em um pregão desde o dia 17
de outubro de 2002, quando
ganhou 6,34%. Naquele período, a Bovespa tentava se
recuperar de pesadas perdas,
desencadeadas pela tensão
das eleições presidenciais,
quando as incertezas em relação ao futuro governo mexiam com o mercado.
Diante do pânico daquela
época, o então candidato
Luiz Inácio Lula da Silva elaborou um documento com
entidades como a Bovespa,
no qual ressaltava a relevância do mercado de capitais no
desenvolvimento econômico. O documento foi divulgado em meados de outubro e
ajudou o mercado a entrar
em um processo de recuperação.
Ontem o mercado acionário europeu deu o tom, com
as principais Bolsas da região
registrando altas fortes.
Quando as Bolsas entraram
em rota de alta nos EUA, na
quarta-feira, os pregões europeus já estavam fechados.
A Bolsa de Paris liderou as
altas, com 6,01%; Frankfurt
valorizou-se em 5,93%, e
Londres subiu 4,75%.
Na esteira da recuperação
do mercado europeu, a Bovespa teve forte volume financeiro movimentado ontem, de R$ 6,48 bilhões -a
média diária de 2007, a
maior da história, foi de R$
4,89 bilhões.
"Apesar dessa melhora de
hoje [ontem], segue o cenário de extrema volatilidade.
Os problemas que têm incomodado o mercado ainda
não estão resolvidos. As
principais dúvidas dos investidores, como o quanto é elevado o risco de recessão nos
EUA, não estão sanadas",
afirma Pedro Paulo Silveira,
economista-chefe da Gradual Corretora.
Ontem o governo norte-americano anunciou os pontos principais de seu pacote
de estímulo à atividade econômica. Na terça-feira, o Fed
(o banco central dos EUA) já
havia decidido realizar um
corte extraordinário na taxa
básica do país, de 4,25% para
3,50%, em uma tentativa de
acalmar o mercado. Na próxima semana, os dirigentes
do Fed se reunirão, e o mercado espera que haja nova redução na taxa.
A decisão do Copom de
manter anteontem a taxa Selic em 11,25% anuais por
unanimidade e sem viés de
alta, como temia parte do
mercado, permitiu que os juros futuros recuassem. O
contrato DI (Depósito Interfinanceiro) mais negociado
da BM&F, que vence na virada do ano, caiu de 11,98% para 11,91%. No DI com resgate
em janeiro de 2010, a taxa recuou de 12,97% para 12,76%.
Perdas e ganhos
No ano, a Bovespa ainda
está com baixa de 10,05%.
Das 64 ações do Ibovespa, 55
estão no vermelho em 2008.
Esta semana foi um pouco
mais equilibrada, com 29
ações acumulando alta e 35
em baixa. Os três papéis que
melhor se saíram na semana
foram: Vivo PN (9,81% de alta), Petrobras ON (8,05%) e
Duratex PN (6,88%).
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