São Paulo, sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

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Bovespa tem melhor pregão desde 2002

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

No que foi o último pregão da Bovespa na semana, os investidores foram às compras. A maioria das ações mais negociadas terminou ontem em alta, o que levou a Bolsa de Valores de São Paulo a registrar valorização de 5,95% -a mais forte elevação em um pregão em mais de cinco anos.
A semana foi marcada por muita oscilação na Bolsa paulista. O índice Ibovespa, que reúne as 64 ações de maior liquidez, fechou a semana aos 57.463 pontos, praticamente estável. O pior pregão foi o de segunda-feira, quando a Bolsa desabou 6,60%. Hoje é feriado em São Paulo, aniversário da cidade.
O câmbio também reagiu, com o dólar terminando as operações de ontem com depreciação de 2,14% diante do real, a R$ 1,786.
A Bovespa não subia tanto em um pregão desde o dia 17 de outubro de 2002, quando ganhou 6,34%. Naquele período, a Bovespa tentava se recuperar de pesadas perdas, desencadeadas pela tensão das eleições presidenciais, quando as incertezas em relação ao futuro governo mexiam com o mercado.
Diante do pânico daquela época, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva elaborou um documento com entidades como a Bovespa, no qual ressaltava a relevância do mercado de capitais no desenvolvimento econômico. O documento foi divulgado em meados de outubro e ajudou o mercado a entrar em um processo de recuperação.
Ontem o mercado acionário europeu deu o tom, com as principais Bolsas da região registrando altas fortes. Quando as Bolsas entraram em rota de alta nos EUA, na quarta-feira, os pregões europeus já estavam fechados.
A Bolsa de Paris liderou as altas, com 6,01%; Frankfurt valorizou-se em 5,93%, e Londres subiu 4,75%.
Na esteira da recuperação do mercado europeu, a Bovespa teve forte volume financeiro movimentado ontem, de R$ 6,48 bilhões -a média diária de 2007, a maior da história, foi de R$ 4,89 bilhões.
"Apesar dessa melhora de hoje [ontem], segue o cenário de extrema volatilidade. Os problemas que têm incomodado o mercado ainda não estão resolvidos. As principais dúvidas dos investidores, como o quanto é elevado o risco de recessão nos EUA, não estão sanadas", afirma Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Gradual Corretora.
Ontem o governo norte-americano anunciou os pontos principais de seu pacote de estímulo à atividade econômica. Na terça-feira, o Fed (o banco central dos EUA) já havia decidido realizar um corte extraordinário na taxa básica do país, de 4,25% para 3,50%, em uma tentativa de acalmar o mercado. Na próxima semana, os dirigentes do Fed se reunirão, e o mercado espera que haja nova redução na taxa.
A decisão do Copom de manter anteontem a taxa Selic em 11,25% anuais por unanimidade e sem viés de alta, como temia parte do mercado, permitiu que os juros futuros recuassem. O contrato DI (Depósito Interfinanceiro) mais negociado da BM&F, que vence na virada do ano, caiu de 11,98% para 11,91%. No DI com resgate em janeiro de 2010, a taxa recuou de 12,97% para 12,76%.

Perdas e ganhos
No ano, a Bovespa ainda está com baixa de 10,05%. Das 64 ações do Ibovespa, 55 estão no vermelho em 2008.
Esta semana foi um pouco mais equilibrada, com 29 ações acumulando alta e 35 em baixa. Os três papéis que melhor se saíram na semana foram: Vivo PN (9,81% de alta), Petrobras ON (8,05%) e Duratex PN (6,88%).


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