São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2009

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Para Fiesp e Força, acordo tenta evitar demissões em massa

DA REPORTAGEM LOCAL

O acordo entre a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a Força Sindical pretende, segundo as duas entidades, estabelecer formas de evitar demissões no período crítico de retração de demanda, que deve se estender até abril.
A Força Sindical, segundo Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, ligado à central, procurou Paulo Skaf, presidente da Fiesp, no final do ano passado, porque "sentiu que havia disposição" da federação para discutir meios de evitar demissões e ao mesmo tempo não mexer nos direitos dos trabalhadores.
"O que pretendemos fazer é um "acordo guarda-chuva" para orientar os sindicatos, pois não temos poder para engessar as decisões de sindicatos. A decisão sobre se haverá redução de jornada e de salários e suspensão de contrato de trabalho é do trabalhador. O que pretendemos é estabelecer critérios para uso de condições que estão na legislação. Todo acordo tem de ser feito em assembleia com a participação de trabalhadores."
Um dos setores mais afetados pela crise financeira, segundo Torres, é o de autopeças. "Cerca de 110 empresas, que representam 19 mil trabalhadores, já consultaram o nosso sindicato para saber o que podem fazer para evitar demissões. Se não tivéssemos lançado a ideia de conversar com a Fiesp, provavelmente essas empresas nem estariam consultado o sindicato, já estariam fazendo demissões em massa. Esse acordo com a Fiesp é muito importante, pois demonstra boa vontade dos dois lados para discutir o que fazer neste momento mais crítico da crise", afirma.
O acordo, que deverá, segundo ele, ser realizado com a Fiesp nesta semana, será encaminhado para as empresas e para os filiados da Força.
"Cada sindicato terá autonomia para fazer acordos, mas nossa ideia é que eles sejam mais ou menos uniformes. Ouvi que há central falando em suspensão de data-base de trabalhador por conta da crise. Não queremos isso, queremos um entendimento entre trabalhadores, empresários e sociedade e que tudo seja feito de forma transparente. Nossa proposta não é flexibilizar lei trabalhista. Propomos usar a lei."

Empresários
A Fiesp afirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que desde setembro de 2008 houve preocupação da federação com o ritmo de atividade das fábricas e com o desemprego.
Por essa razão, a federação criou um comitê para acompanhamento da crise, que busca sugestões e diálogo com as centrais sindicais. Para a Fiesp, ainda segundo sua assessoria, não há necessidade de flexibilizar a legislação trabalhista, já que a lei atual dá condições para contornar a crise, como a redução de jornada e de salários. A ideia do acordo com as centrais, segundo a Fiesp, é orientar as partes para evitar demissões em massa. (FF)


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