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Para Fiesp e Força, acordo tenta evitar demissões em massa
DA REPORTAGEM LOCAL
O acordo entre a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a Força Sindical pretende, segundo as duas
entidades, estabelecer formas
de evitar demissões no período
crítico de retração de demanda,
que deve se estender até abril.
A Força Sindical, segundo
Miguel Torres, presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos de
São Paulo, ligado à central, procurou Paulo Skaf, presidente da
Fiesp, no final do ano passado,
porque "sentiu que havia disposição" da federação para discutir meios de evitar demissões
e ao mesmo tempo não mexer
nos direitos dos trabalhadores.
"O que pretendemos fazer é
um "acordo guarda-chuva" para
orientar os sindicatos, pois não
temos poder para engessar as
decisões de sindicatos. A decisão sobre se haverá redução de
jornada e de salários e suspensão de contrato de trabalho é do
trabalhador. O que pretendemos é estabelecer critérios para
uso de condições que estão na
legislação. Todo acordo tem de
ser feito em assembleia com a
participação de trabalhadores."
Um dos setores mais afetados pela crise financeira, segundo Torres, é o de autopeças.
"Cerca de 110 empresas, que representam 19 mil trabalhadores, já consultaram o nosso sindicato para saber o que podem
fazer para evitar demissões. Se
não tivéssemos lançado a ideia
de conversar com a Fiesp, provavelmente essas empresas
nem estariam consultado o sindicato, já estariam fazendo demissões em massa. Esse acordo
com a Fiesp é muito importante, pois demonstra boa vontade
dos dois lados para discutir o
que fazer neste momento mais
crítico da crise", afirma.
O acordo, que deverá, segundo ele, ser realizado com a
Fiesp nesta semana, será encaminhado para as empresas e
para os filiados da Força.
"Cada sindicato terá autonomia para fazer acordos, mas
nossa ideia é que eles sejam
mais ou menos uniformes. Ouvi que há central falando em
suspensão de data-base de trabalhador por conta da crise.
Não queremos isso, queremos
um entendimento entre trabalhadores, empresários e sociedade e que tudo seja feito de
forma transparente. Nossa proposta não é flexibilizar lei trabalhista. Propomos usar a lei."
Empresários
A Fiesp afirma, por meio de
sua assessoria de imprensa, que
desde setembro de 2008 houve
preocupação da federação com
o ritmo de atividade das fábricas e com o desemprego.
Por essa razão, a federação
criou um comitê para acompanhamento da crise, que busca
sugestões e diálogo com as centrais sindicais. Para a Fiesp,
ainda segundo sua assessoria,
não há necessidade de flexibilizar a legislação trabalhista, já
que a lei atual dá condições para contornar a crise, como a redução de jornada e de salários.
A ideia do acordo com as centrais, segundo a Fiesp, é orientar as partes para evitar demissões em massa.
(FF)
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