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Turismo estrangeiro e consumo de cerveja também devem ser afetados
DA SUCURSAL DO RIO
Não são apenas as escolas de
samba que sofrem com a crise.
O setor de turismo já espera um
Carnaval mais magro e sem a
presença maciça de estrangeiros como em anos anteriores.
O presidente da ABIH-RJ
(Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro), Alfredo Lopes, estima
uma retração de 20% nesta
temporada.
"Com a crise financeira internacional, o turista estrangeiro ficou menos confiante em
viajar. Isso é muito ruim porque é um turista que gera uma
receita maior", diz.
Ainda assim, o executivo espera uma taxa de ocupação da
rede hoteleira na faixa de 85% a
90%, repetindo o desempenho
do Carnaval do ano passado.
Segundo Lopes, o turismo
doméstico vai compensar a diminuição do internacional
-apesar de não gerar o mesmo
faturamento. "Esperamos mais
turistas de São Paulo e de Minas Gerais, como já aconteceu
no Ano-Novo."
Diante da menor procura por
estrangeiros, a Liesa (Liga Independente das Escolas de
Samba do Rio de Janeiro) liberou a venda de 2.000 ingressos
do setor turístico do Sambódromo para os desfiles de domingo, segunda e sábado das
campeãs. Esses ingressos estavam destinados à Abav (Associação Brasileira de Agências
de Viagens), que, em outros
anos, já chegou a reservar todos
os lugares do setor 9, destinado
aos turistas.
"Isso é um reflexo da menor
procura. Como as reservas são
de longo prazo, as agências já
sentiram que não conseguiriam vender os ingressos e resolveram devolvê-los", afirma
Lopes, da associação de hotéis.
Outro setor que sentiu a crise
é o de cerveja -produto cujo
consumo dispara no Carnaval.
Segundo o Sindicato Nacional
da Indústria da Cerveja (Sindicerv), a expectativa é que no começo deste ano o consumo da
bebida também não cresça.
A alta do dólar na comparação com o real, de acordo com a
associação, elevou os custos de
produção do setor -que depende de importações. "Mas as
empresas não têm como repassar e aumentar os seus preços.
Se fizerem isso, vão certamente
perder mercado."
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