São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2009

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Turismo estrangeiro e consumo de cerveja também devem ser afetados

DA SUCURSAL DO RIO

Não são apenas as escolas de samba que sofrem com a crise. O setor de turismo já espera um Carnaval mais magro e sem a presença maciça de estrangeiros como em anos anteriores.
O presidente da ABIH-RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro), Alfredo Lopes, estima uma retração de 20% nesta temporada.
"Com a crise financeira internacional, o turista estrangeiro ficou menos confiante em viajar. Isso é muito ruim porque é um turista que gera uma receita maior", diz.
Ainda assim, o executivo espera uma taxa de ocupação da rede hoteleira na faixa de 85% a 90%, repetindo o desempenho do Carnaval do ano passado.
Segundo Lopes, o turismo doméstico vai compensar a diminuição do internacional -apesar de não gerar o mesmo faturamento. "Esperamos mais turistas de São Paulo e de Minas Gerais, como já aconteceu no Ano-Novo."
Diante da menor procura por estrangeiros, a Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro) liberou a venda de 2.000 ingressos do setor turístico do Sambódromo para os desfiles de domingo, segunda e sábado das campeãs. Esses ingressos estavam destinados à Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens), que, em outros anos, já chegou a reservar todos os lugares do setor 9, destinado aos turistas.
"Isso é um reflexo da menor procura. Como as reservas são de longo prazo, as agências já sentiram que não conseguiriam vender os ingressos e resolveram devolvê-los", afirma Lopes, da associação de hotéis.
Outro setor que sentiu a crise é o de cerveja -produto cujo consumo dispara no Carnaval. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), a expectativa é que no começo deste ano o consumo da bebida também não cresça.
A alta do dólar na comparação com o real, de acordo com a associação, elevou os custos de produção do setor -que depende de importações. "Mas as empresas não têm como repassar e aumentar os seus preços. Se fizerem isso, vão certamente perder mercado."


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