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São Paulo, terça-feira, 25 de fevereiro de 2003

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FRAUDE

Grupo holandês inflou balanço em US $ 500 mi

DA REDAÇÃO

O grupo varejista holandês Royal Ahold, que no Brasil controla a rede de supermercados Bompreço, anunciou ontem que seus lucros em 2001 e 2002 foram "exagerados" em mais de US$ 500 milhões. Com a divulgação, o presidente da empresa, Caes van der Hoeven, e o diretor financeiro, Michael Mers, foram afastados.
O Bompreço, que passou a fazer parte do grupo em 1996, disse que não falaria sobre o caso.
O grupo holandês controla também supermercados na Argentina, no Chile, no Peru, no Paraguai e em vários países da América Central e da Europa.
Em nota divulgada ontem, o Royal Ahold disse que estão sendo investigadas algumas operações na sua subsidiária argentina Disco e que "irregularidades contábeis significativas" relacionadas a campanhas de descontos promocionais foram descobertas na U.S. Foodservice, a unidade norte-americana do grupo.
O Bompreço nasceu em 1935 e foi comprado pelo grupo holandês em 1996. Tem 116 lojas e teve vendas de US$ 1,4 bilhão em 2001.
No Brasil, o Royal Ahold é dono também dos supermercados G.Barbosa, ficando em primeiro lugar de vendas no Nordeste.
A Standard & Poor's rebaixou ontem a classificação de risco da dívida da empresa para "junk". "O rebaixamento reflete a saúde financeira frágil do Royal Ahold e as incertezas quanto à sua posição de liquidez", disse Hughes de la Presle, analista da S&P.
Na Bolsa de Amsterdã, suas ações se desvalorizaram em 63,03%, derrubando o índice AEX em 5,38%.
A série de escândalos contábeis teve início em dezembro de 2001, com a concordata da Enron, gigante norte-americana do setor de energia.
No início do ano passado, foi a vez da WorldCom, que no Brasil controla a Embratel. A tele americana registrou como investimentos gastos que eram despesas, o que transformou em lucros os prejuízos que tivera no período.
A Xerox, em junho de 2002, teve que refazer os balanços de 1997 a 2001, diminuindo seu faturamento em US$ 1,4 bilhão, por ter antecipado receitas que só se realizariam mais tarde.


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