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FRAUDE
Grupo holandês inflou balanço em US $ 500 mi
DA REDAÇÃO
O grupo varejista holandês Royal Ahold, que no Brasil controla
a rede de supermercados Bompreço, anunciou ontem que seus
lucros em 2001 e 2002 foram "exagerados" em mais de US$ 500 milhões. Com a divulgação, o presidente da empresa, Caes van der
Hoeven, e o diretor financeiro,
Michael Mers, foram afastados.
O Bompreço, que passou a fazer
parte do grupo em 1996, disse que
não falaria sobre o caso.
O grupo holandês controla também supermercados na Argentina, no Chile, no Peru, no Paraguai
e em vários países da América
Central e da Europa.
Em nota divulgada ontem, o
Royal Ahold disse que estão sendo investigadas algumas operações na sua subsidiária argentina
Disco e que "irregularidades contábeis significativas" relacionadas
a campanhas de descontos promocionais foram descobertas na
U.S. Foodservice, a unidade norte-americana do grupo.
O Bompreço nasceu em 1935 e
foi comprado pelo grupo holandês em 1996. Tem 116 lojas e teve
vendas de US$ 1,4 bilhão em 2001.
No Brasil, o Royal Ahold é dono
também dos supermercados
G.Barbosa, ficando em primeiro
lugar de vendas no Nordeste.
A Standard & Poor's rebaixou
ontem a classificação de risco da
dívida da empresa para "junk".
"O rebaixamento reflete a saúde
financeira frágil do Royal Ahold e
as incertezas quanto à sua posição
de liquidez", disse Hughes de la
Presle, analista da S&P.
Na Bolsa de Amsterdã, suas
ações se desvalorizaram em
63,03%, derrubando o índice
AEX em 5,38%.
A série de escândalos contábeis
teve início em dezembro de 2001,
com a concordata da Enron, gigante norte-americana do setor
de energia.
No início do ano passado, foi a
vez da WorldCom, que no Brasil
controla a Embratel. A tele americana registrou como investimentos gastos que eram despesas, o
que transformou em lucros os
prejuízos que tivera no período.
A Xerox, em junho de 2002, teve
que refazer os balanços de 1997 a
2001, diminuindo seu faturamento em US$ 1,4 bilhão, por ter antecipado receitas que só se realizariam mais tarde.
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