São Paulo, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004

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LEITE DERRAMADO

Subsidiária norte-americana, uma das principais do grupo italiano, busca se proteger de credores

Parmalat dos EUA entra com pedido de concordata na Justiça

DA REDAÇÃO

A unidade norte-americana da Parmalat, uma das principais subsidiárias do grupo alimentício italiano no mundo, entrou ontem com pedido de concordata sob o capítulo 11 da lei de falências dos EUA. Se aprovada a solicitação na Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York, a empresa poderá implementar um plano de reestruturação protegida pela Justiça de ações de credores.
A matriz na Itália foi declarada insolvente no fim de dezembro. Já as unidades do grupo no Brasil entraram com o pedido de concordata em 28 de janeiro.
A solicitação foi apresentada pela Parmalat USA Corp. e por suas subsidiárias no país, a Farmland Dairies e a Milk Products of Alabama. As companhias processam o leite, empacotam e vendem a supermercados e ao varejo.
A unidade, que não citou problemas específicos com dívidas ou ativos, disse que continuará a operar normalmente e que o colapso da matriz afetou sua liqüidez. Na Itália, o grupo disse que os objetivos são evitar eventuais distúrbios operacionais ou financeiros que resultem de mudanças pedidas por fornecedores nas condições de pagamento, assegurar o financiamento para cobrir os negócios correntes e facilitar a análise de alternativas para a subsidiária, que inclui até a venda.
A Farmland Dairies e a Milk Products of Alabama disseram que já receberam cartas de interessados em comprar seus ativos.
A unidade norte-americana da Parmalat emprega cerca de 1.270 pessoas e compra o leite de 500 fazendas, a maioria familiar. Mas outras 350 haviam interrompido o fornecimento no fim de janeiro, após a empresa ter atrasado o pagamento em um ou dois dias.
Segundo a solicitação da concordata, a empresa tem US$ 414,4 milhões em ativos e dívidas de US$ 316,5 milhões nos EUA.
Para efeito de comparação, a Parmalat brasileira possui R$ 554 milhões em ativos e R$ 828 milhões em passivos no país, segundo disse no início do mês Alpoim da Silva, representante do Comitê de Fiscalização da Parmalat (nomeado pela Justiça). Ela emprega cerca de 6.000 pessoas.
As três empresas, que tiveram perdas de US$ 12,5 milhões e faturamento de US$ 577,5 milhões em 2003, ainda aguardam a aprovação de um financiamento de US$ 35 milhões da General Electric para ajudar na reorganização.


Com agências internacionais

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