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Governo de São Paulo deve firmar primeira parceria com o setor privado
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo paulista deve fazer
a primeira PPP (Parceria Público-Privada) no setor de habitação neste ano para construir
conjuntos habitacionais e diminuir o déficit habitacional no
Estado de São Paulo -hoje estimado em 880 mil moradias,
sendo 620 mil delas em regiões
metropolitanas. Essa PPP seria
feita por meio do Fundo Garantidor Habitacional, criado em
janeiro pelo governo.
"A criação do fundo é a primeira ferramenta para viabilizar essa parceria. Já está em estudo um projeto para construir
novos bairros, com toda infra-estrutura. Três regiões da cidade estão sendo analisadas para
implementação do primeiro
conjunto habitacional", diz
Lair Krähenbül, secretário estadual da habitação e presidente da CDHU (Companhia de
Desenvolvimento Habitacional
e Urbano). As regiões são mantidas sob sigilo para evitar especulações financeiras.
O fundo, que deverá ser regulamentado em 90 dias, será
bancado por recursos do Estado e busca levar crédito à população de baixa renda.
"O objetivo do fundo é prover
recursos para garantir risco de
crédito, equalizar taxas de juros
e conceder aval nas operações
de empréstimos ou financiamentos dos programas e ações
da política estadual de habitação de interesse social. O governo agirá como avalista dos menos favorecidos para a aquisição da casa própria junto aos
agentes financeiros", diz o secretário. No fundo, 80% dos recursos têm de ser destinados
para famílias com renda de até
cinco salários mínimos.
A idéia é que os novos bairros
tenham projetos de paisagismo, infra-estrutura e dêem
prioridade a trabalhadores da
região em que serão instalados.
"Um médico, um policial ou
um servidor que trabalha na
zona leste poderia, por exemplo, comprar um imóvel na região onde trabalha", afirma.
O primeiro dos conjuntos deve ter 3.000 unidades -80%
deles com valor estimado em
R$ 45 mil. O projeto já está sendo apresentado a investidores.
Desde novembro até agora, a
secretaria tem R$ 550 milhões
orçados em licitações na área
de habitação.
Parcerias
Bernadete Maria Pinheiro
Coury, superintendente nacional de Habitação da Caixa Econômica Federal, diz que a instituição está empenhada em se
aproximar do setor privado.
"Estamos buscando aproximação com o setor da construção civil, simplificando o atendimento a grandes empresas para que tenham a Caixa como
uma parceira para viabilizar os
projetos de moradias para a população mais carente. O nosso
compromisso é fazer pré-análise de projetos em dez dias e
análise conclusiva em 30 dias.
Esse prazo era de 90 dias."
Roberto Kauffmann, presidente do Sinduscon-Rio e representante da CNI no Conselho Curador do FGTS, diz que "é preciso unificar fontes de
subsídios, do FGTS, do FNHIS
(Fundo Nacional de Habitação
de Interesse Social), de Estados
e municípios, para dar moradia
digna para a população de baixa
renda. Com essa unificação, a
pessoa teria condições de comprar um imóvel no valor de R$
50 mil a R$ 60 mil".
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