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CVM permite que fundo invista mais no exterior
Limite de 20% é eliminado com as novas normas
DA BLOOMBERG
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM, autoridade que
regula o mercado de ações do
Brasil) eliminou na semana
passada as restrições que impediam os fundos de investimento locais de colocarem mais de
um quinto de seus recursos em
ativos estrangeiros, permitindo
que os brasileiros ampliem a diversificação de seus investimentos e diluam os riscos de
suas aplicações.
Desde quarta-feira passada,
os fundos de investimentos sediados no Brasil terão permissão para investir mais do que o
atual limite de 20% em ativos
estrangeiros, disse a CVM em
comunicado divulgado em seu
site.
Apenas os investidores que
têm pelo menos R$ 1 milhão
para investir estão qualificados
para gozar da nova regra, segundo a CVM.
"A capacidade de investir em
ativos diferentes melhora a diversificação dos investimentos
e permite que os investidores
diluam seus riscos", disse em
entrevista por telefone Luis Felipe Lobianco, gerente de credenciamento de investidores
institucionais da reguladora
brasileira.
"Isso cria uma gama de oportunidades. Os investidores
também poderão buscar retornos maiores em outros mercados", afirmou Lobianco.
Os fundos brasileiros tinham
R$ 1,13 trilhão sob sua gestão
em janeiro passado, o que representa alta de 20% em relação ao mesmo mês de 2007, segundo a Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento).
Cerca de 36% dos ativos dos
fundos estão investidos em
ações.
Oportunidades
"Há muitas oportunidades
por aí", disse Marcelo Giufrida,
vice-presidente do BNP Paribas Asset Management em São
Paulo, que gerencia R$ 27 bilhões em ativos.
"Todo mundo sabe o que está
acontecendo na Ásia, no Leste
Europeu e na América Latina,"
completa Giufrida.
A autoridade reguladora do
mercado brasileiro anunciou
em maio do ano passado que
estava planejando remover os
limites para os investimentos
em valores mobiliários estrangeiros, após os juros brasileiros
terem recuado para seu recorde de baixa, limitando os retornos disponíveis aos investidores locais.
O Banco Central fixou a taxa
básica de juros da economia
brasileira, a Selic, para 11,25%
em setembro do ano passado,
após ela ter chegado a registrar
19,75% dois anos antes.
"Essa decisão é mais um passo para tornar o setor de fundos
brasileiro mais semelhante aos
setores de outros países", disse
Giufrida.
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