São Paulo, quinta-feira, 25 de março de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Rumores sobre saída de Dirceu levam Bovespa à 4ª queda seguida; moeda dos EUA vai a R$ 2,93

Turbulência política afeta Bolsa, e dólar sobe

DA REPORTAGEM LOCAL

Não bastasse a maior aversão ao risco por parte dos investidores estrangeiros, o que tem prejudicado os ativos brasileiros, o mercado mostra cada vez mais desconforto com os seguidos ruídos políticos. A Bolsa paulista recuou pelo quarto pregão consecutivo e fechou ontem com perdas de 1,04%.
O principal tema discutido ontem nas mesas de operações das instituições financeiras era a força que o ministro da Casa Civil, José Dirceu, ainda tem para se manter no cargo. Chegou-se a comentar que Dirceu já havia pedido demissão do posto.
No exterior, a venda de títulos da dívida de emergentes voltou a ocorrer. O movimento levou o risco-país brasileiro a registrar, às 19h30, elevação de 3,96%, para 578 pontos. Os papéis da dívida do Brasil mais negociados, os C-Bonds, recuaram 1,34%, para US$ 0,9625.
Ontem a Bolsa de Valores de São Paulo divulgou o balanço dos investimentos estrangeiros. Neste mês, as vendas de ações com recursos de estrangeiros superam as compras, até o dia 19, em R$ 47,9 milhões.
Essa virada negativa se deu nos últimos dias. Até o dia 10, esse saldo era positivo em R$ 49 milhões. Ou seja, foi nas últimas duas semanas que os estrangeiros começaram a sair da Bolsa.
O discurso do novo líder do grupo militante palestino Hamas fez aumentar o temor dos investidores em relação a futuros ataques terroristas.

Desconforto
O dólar não reagiu de forma diferente e fechou com valorização de 0,51%. A moeda encerrou vendida a R$ 2,93.
Os negócios na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) foram bastante agitados, com as taxas dos contratos de juros fechando pressionadas. O número de contratos DI (juro praticado entre os bancos) saltou 70%, para 610 mil.
Hoje o Banco Central divulga ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), o que deve trazer ainda mais movimentação ao mercado.
A taxa do contrato DI com prazo de vencimento em janeiro, o de maior negociação, subiu de 15,14% para 15,35%. No papel com vencimento em julho, a taxa foi de 15,62% para 15,75%.
(FABRICIO VIEIRA)


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