São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 2005

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MERCADO ABERTO

BNDES barra empréstimo à Sadia

O BNDES barrou um pedido de financiamento apresentado pela Sadia em razão de o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, ser membro do conselho de administração do banco. Furlan preside o conselho do BNDES desde o início do governo Lula.
O estatuto do BNDES proíbe que qualquer empresa de membros da diretoria ou do conselho ou ainda de seus parentes realize operações de empréstimos ou de compra e venda de ações com o banco. Ex-presidente da Sadia, Furlan tem parentes no comando da companhia.
A Sadia é uma das maiores empresas do país e tem um relacionamento antigo com o banco -normalmente não teria nenhum problema em obter um empréstimo do BNDES. O pedido de financiamento da Sadia foi vetado pelo departamento jurídico do banco, que emitiu um parecer contrário alegando que a Sadia é uma empresa da família de Furlan. A diretoria do BNDES acatou o parecer, segundo o qual Furlan terá de se afastar do conselho para a companhia ter direito ao empréstimo.
Na semana passada, em reunião do conselho de administração, Furlan chegou a falar sobre o problema com alguns colegas do conselho. Ele argumenta que não pertence mais à empresa.
No fim do ano passado, Eugênio Staub renunciou ao cargo de membro do conselho de administração do banco para conseguir que fosse aprovado o empréstimo pedido pela Gradiente, que é presidida por ele.
Caso Furlan decida se afastar do conselho do BNDES, seus laços com o banco irão cair sensivelmente. Não se deve imaginar, com Guido Mantega no timão do BNDES, a volta dos tempos de "guerra fria" entre Furlan e Carlos Lessa, mas, certamente, a relação não será a mesma. Furlan, no entanto, ainda tentará uma reavaliação do BNDES sobre o pedido da Sadia. Furlan e o BNDES não se pronunciaram.

COMEMORATIVO

O presidente Lula marcou para segunda uma reunião com grandes exportadoras do país, com a presença de Palocci (Fazenda) e Furlan (Desenvolvimento). Foram convidadas Embraer, Volkwagen, Petrobras, Gerdau e Braskem, entre outras. Ontem, Furlan lançou o selo comemorativo (acima) à meta de US$ 100 bilhões em exportações, alcançada em 12 meses. O selo é parte da campanha do governo com o mote "Um recorde do Brasil. Uma conquista dos brasileiros". Além de peças publicitárias, foram produzidas camisetas a serem distribuídas aos principais exportadores brasileiros, escrito "US$ 100 bi exportados. Eu ajudei a bater esse recorde". Na segunda, os exportadores vestirão as camisetas.

MINA DE OURO
Comenta-se que o anúncio da CSN de aumento dos investimentos na Casa de Pedra seja resultado do interesse de empresas estrangeiras em se associar ou comprar a mina. Entre elas, a Rio Tinto.

"PETIT COMITÉ"
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu na quarta para jantar, em sua casa, o prefeito José Serra e o presidente do BID, Enrique Iglesias, de passagem pelo Brasil.

MAIS CARO
A Ford anuncia em abril novo aumento de preços dos automóveis. O reajuste ficará entre 1% e 2% e é parte do processo de recuperação dos aumentos no custos, como aço e plástico.

SUBSTITUIÇÃO
O jogador Ronaldo contratou a agência de assessoria In Press Porter Novelli para cuidar de sua imagem. Antes, o trabalho era feito pelo amigo Rodrigo Paiva, que saiu alegando divergências profissionais.

NA PASSARELA
O desfile da nova coleção de jóias da Swarovski, em São Paulo, com mulheres de presidentes de empresas brasileiras, destinou parte dos recursos com as vendas das peças à Associação dos Amigos do Menor pelo Esporte Maior. Desfilaram as mulheres dos presidentes da Nokia, da Nívea, da Credicard e do Banco Alfa, entre outras.

POR UM FIO
Pelo andar da carruagem, pode estar muito próximo o dia em que a Telecom Italia irá anunciar a compra da participação do Citigroup no fundo em sociedade com o Opportunity, que controla a Brasil Telecom. Em Londres, o juízo arbitral informou que só se pronunciará em julho sobre o pedido do grupo italiano de voltar ao bloco de controle da BrT.

SOL NASCENTE
Depois da Panasonic e da Honda, a Fischer América acaba de ganhar as contas de outras duas empresas de origem japonesa, a Yakult e a Nissin.

DE OLHO NA BOLSA

Há três anos líder da Bovespa em volume de negócios, a corretora Ágora Senior investirá US$ 3 milhões em melhorias na infra-estrutura e na ampliação de suas unidades em 2005. No ano passado, ela negociou R$ 63,5 bilhões, alta de 85% ante 2003. Está prevista a mudança da sede, no Rio, para um escritório com 2.500 m2, mais que o dobro que o atual. As unidades de BH, Porto Alegre, Curitiba e Brasília também ganharão novos espaços. Para Selmo Nissenbaum, sócio da empresa, o mercado de corretoras deve seguir em processo de fusões. Ele diz observar o mercado de perto "em busca de um bom negócio com outras corretoras".

GUILHERME BARROS, com Marcelo Pinho e Marcelo Sakate
@ - guilherme.barros@uol.com.br


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