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MERCADO ABERTO
BNDES barra empréstimo à Sadia
O BNDES barrou um pedido
de financiamento apresentado pela Sadia em razão de
o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan,
ser membro do conselho de administração do banco. Furlan
preside o conselho do BNDES
desde o início do governo Lula.
O estatuto do BNDES proíbe
que qualquer empresa de membros da diretoria ou do conselho
ou ainda de seus parentes realize
operações de empréstimos ou de
compra e venda de ações com o
banco. Ex-presidente da Sadia,
Furlan tem parentes no comando da companhia.
A Sadia é uma das maiores empresas do país e tem um relacionamento antigo com o banco
-normalmente não teria nenhum problema em obter um
empréstimo do BNDES. O pedido de financiamento da Sadia foi
vetado pelo departamento jurídico do banco, que emitiu um
parecer contrário alegando que a
Sadia é uma empresa da família
de Furlan. A diretoria do BNDES
acatou o parecer, segundo o qual
Furlan terá de se afastar do conselho para a companhia ter direito ao empréstimo.
Na semana passada, em reunião do conselho de administração, Furlan chegou a falar sobre o
problema com alguns colegas do
conselho. Ele argumenta que não
pertence mais à empresa.
No fim do ano passado, Eugênio Staub renunciou ao cargo de
membro do conselho de administração do banco para conseguir que fosse aprovado o empréstimo pedido pela Gradiente,
que é presidida por ele.
Caso Furlan decida se afastar
do conselho do BNDES, seus laços com o banco irão cair sensivelmente. Não se deve imaginar,
com Guido Mantega no timão do
BNDES, a volta dos tempos de
"guerra fria" entre Furlan e Carlos Lessa, mas, certamente, a relação não será a mesma. Furlan,
no entanto, ainda tentará uma
reavaliação do BNDES sobre o
pedido da Sadia. Furlan e o
BNDES não se pronunciaram.
COMEMORATIVO
O presidente Lula marcou
para segunda uma reunião
com grandes exportadoras do
país, com a presença de Palocci (Fazenda) e Furlan (Desenvolvimento). Foram convidadas Embraer, Volkwagen, Petrobras, Gerdau e Braskem,
entre outras. Ontem, Furlan
lançou o selo comemorativo
(acima) à meta de US$ 100 bilhões em exportações, alcançada em 12
meses. O selo é parte da campanha do governo com o mote "Um recorde do Brasil. Uma conquista dos brasileiros". Além de peças publicitárias, foram produzidas camisetas a serem distribuídas aos principais exportadores brasileiros, escrito "US$ 100 bi exportados. Eu ajudei a bater
esse recorde". Na segunda, os exportadores vestirão as camisetas.
MINA DE OURO
Comenta-se que o anúncio da
CSN de aumento dos investimentos na Casa de Pedra seja
resultado do interesse de empresas estrangeiras em se associar ou comprar a mina. Entre
elas, a Rio Tinto.
"PETIT COMITÉ"
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso recebeu na
quarta para jantar, em sua casa,
o prefeito José Serra e o presidente do BID, Enrique Iglesias,
de passagem pelo Brasil.
MAIS CARO
A Ford anuncia em abril novo
aumento de preços dos automóveis. O reajuste ficará entre
1% e 2% e é parte do processo
de recuperação dos aumentos
no custos, como aço e plástico.
SUBSTITUIÇÃO
O jogador Ronaldo contratou
a agência de assessoria In Press
Porter Novelli para cuidar de
sua imagem. Antes, o trabalho
era feito pelo amigo Rodrigo
Paiva, que saiu alegando divergências profissionais.
NA PASSARELA
O desfile da nova coleção de
jóias da Swarovski, em São
Paulo, com mulheres de presidentes de empresas brasileiras,
destinou parte dos recursos
com as vendas das peças à Associação dos Amigos do Menor
pelo Esporte Maior. Desfilaram
as mulheres dos presidentes da
Nokia, da Nívea, da Credicard e
do Banco Alfa, entre outras.
POR UM FIO
Pelo andar da carruagem, pode estar muito próximo o dia
em que a Telecom Italia irá
anunciar a compra da participação do Citigroup no fundo
em sociedade com o Opportunity, que controla a Brasil Telecom. Em Londres, o juízo arbitral informou que só se pronunciará em julho sobre o pedido do grupo italiano de voltar
ao bloco de controle da BrT.
SOL NASCENTE
Depois da Panasonic e da
Honda, a Fischer América acaba de ganhar as contas de outras duas empresas de origem
japonesa, a Yakult e a Nissin.
DE OLHO NA BOLSA
Há três anos líder da Bovespa em volume de negócios, a corretora Ágora Senior investirá US$ 3 milhões
em melhorias na infra-estrutura e na ampliação de
suas unidades em 2005. No
ano passado, ela negociou
R$ 63,5 bilhões, alta de 85%
ante 2003. Está prevista a
mudança da sede, no Rio,
para um escritório com
2.500 m2, mais que o dobro
que o atual. As unidades de
BH, Porto Alegre, Curitiba e
Brasília também ganharão
novos espaços. Para Selmo
Nissenbaum, sócio da empresa, o mercado de corretoras deve seguir em processo de fusões. Ele diz observar o mercado de perto "em
busca de um bom negócio
com outras corretoras".
GUILHERME BARROS, com Marcelo Pinho e Marcelo Sakate
@ - guilherme.barros@uol.com.br
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