|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Brasil é vice-líder mundial de "projeto verde"
País tem 94 projetos ligados ao Protocolo de Kyoto registrados, ante 187 da Índia, que figura como 1ª colocada no ranking
Mercado de carbono gira
US$ 25 milhões no mundo,
diz Banco Mundial; créditos
brasileiros já são vendidos
em Chicago e na Europa
FABÍOLA SALANI
DA REDAÇÃO
Hoje, o Brasil é o segundo
país em desenvolvimento com
maior número de projetos que
geram créditos de carbono registrados na ONU (Organização das Nações Unidas).
Numa linguagem mais técnica, associada ao Protocolo de
Kyoto, o país tem 94 projetos
de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) registrados na UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas
para Mudanças Climáticas, na
sigla em inglês). Perde apenas
para a Índia, que até sexta-feira
tinha 187 projetos registrados.
Isso quer dizer que o Brasil
tem 94 projetos que geram créditos de carbono, "mercadoria
da moda" devido à preocupação
com o aquecimento global.
Um crédito de carbono significa que uma tonelada de CO2
equivalente deixou de ser emitida, o que minimiza o efeito
estufa. Segundo o Banco Mundial, o mercado de carbono movimentou US$ 25 milhões em
2006 no mundo.
O Ministério de Ciência e
Tecnologia, que centraliza as
informações sobre o assunto
no governo, informa que não
há uma estimativa de quanto já
foi investido no Brasil devido a
esses projetos, mas que o Reino
Unido, a Holanda, o Japão e a
França são os maiores investidores no país até o momento.
O Protocolo de Kyoto prevê
que os países desenvolvidos
que o assinaram reduzam suas
emissões de gases que pioram o
efeito estufa em ao menos 5%
entre 2008 e 2012 em relação
ao verificado em 1990. Uma das
maneiras de eles alcançarem
essas metas é investindo em
projetos de MDL nos países em
desenvolvimento e contabilizando os créditos de carbono
gerados nesses programas.
No exterior
Das três principais Bolsas de
carbono do mundo, há créditos
gerados no Brasil no mercado
de Chicago e no europeu EU
ETS.
A participação brasileira na
CCX (Chicago Climate Exchange) é ainda pequena, mas
crescente. Em fevereiro, a CCX
bateu recorde de volume comercializado, com 3,712 milhões de toneladas de CO2 equivalente. O preço da tonelada ali
variou no mês passado de US$
3,35 a US$ 4.
A EU ETS, Bolsa que vende
créditos de carbono já válidos
para as metas do Protocolo de
Kyoto, informa que há créditos
gerados no Brasil sendo vendidos diretamente ou pelas empresas que investem nos projetos brasileiros e recebem os
créditos como pagamento.
Não há uma dimensão exata
do montante gerado no Brasil,
mas alguns dados fornecidos
pela Bolsa dão uma dimensão.
O volume que girou naquele
mercado no ano passado foi de
1 bilhão de toneladas de carbono. Desse total, 523 milhões de
toneladas foram de créditos gerados em projetos de MDL -os
que o Brasil pode ter. Nessa
Bolsa, o valor do crédito de carbono pode passar de 10.
O Banco Real já tem uma
área de vendas de créditos de
carbono. A BM&F (Bolsa de
Mercadorias e Futuros) pretende, ainda neste ano, implantar um sistema de leilões de
créditos de carbono no país.
Texto Anterior: Mundo só ganha 0,2% de PIB com Doha, diz estudo Próximo Texto: Frase Índice
|