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Por ser "limpa", energia hidrelétrica "prejudica" país na captação de projetos
DA REDAÇÃO
Uma matriz energética limpa, baseada em energia hidrelétrica, é uma vantagem ambiental do Brasil. Mas ela acaba prejudicando o país na captação de
novos projetos de MDL.
"Para que o Brasil possa reduzir as emissões de carbono
nessa área, será necessário utilizar fontes alternativas, como
eólica, solar etc., o que custa
mais, se comparadas com China e Índia, que possuem matrizes à base de carvão mineral e
podem reduzir suas emissões
indo para fontes de energias renováveis como a hidroelétrica",
afirma Marcelo Theoto Rocha,
da equipe de economia ambiental do Cepea (Centro de
Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Em sua tese de doutorado,
Rocha prevê que Índia e China
vão abocanhar fatia maior dos
recursos para projetos de redução de emissão do que o Brasil
exatamente por esse motivo.
Werner Kornexl, coordenador da área de MDL para o Brasil do Banco Mundial, ratifica
essa posição: "O Brasil tem
muitos projetos, mas são de pequeno porte porque a matriz
elétrica é limpa. Um só projeto
da China é capaz de alcançar
quase todo o volume de redução dos projetos brasileiros".
Financiamento
Atualmente, há linhas do
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).
No caso da Finep, os financiamentos são para projetos de
no mínimo R$ 500 mil, segundo Fabrício Brollo, chefe do Departamento de Agronegócios
da instituição.
A intenção, segundo Brollo, é
manter os créditos de carbono
no país para que o dono do projeto possa vendê-los no melhor
preço de mercado.
"Hoje, os investidores internacionais que financiam esses
programas são de países que
precisam do crédito de carbono. Mas eles amarram o investimento a esses créditos e os
avaliam com deságio", disse.
Empresas brasileiras já fazem investimentos para reduzir suas emissões e gerar créditos. A Rhodia, por exemplo, investiu US$ 11 milhões em um
projeto para reduzir emissões
de gás em sua unidade de Paulínia (SP). A Klabin fez sua primeira venda de créditos na
CCX em janeiro deste ano.
(FSa)
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