São Paulo, domingo, 25 de março de 2007

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Por ser "limpa", energia hidrelétrica "prejudica" país na captação de projetos

DA REDAÇÃO

Uma matriz energética limpa, baseada em energia hidrelétrica, é uma vantagem ambiental do Brasil. Mas ela acaba prejudicando o país na captação de novos projetos de MDL.
"Para que o Brasil possa reduzir as emissões de carbono nessa área, será necessário utilizar fontes alternativas, como eólica, solar etc., o que custa mais, se comparadas com China e Índia, que possuem matrizes à base de carvão mineral e podem reduzir suas emissões indo para fontes de energias renováveis como a hidroelétrica", afirma Marcelo Theoto Rocha, da equipe de economia ambiental do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Em sua tese de doutorado, Rocha prevê que Índia e China vão abocanhar fatia maior dos recursos para projetos de redução de emissão do que o Brasil exatamente por esse motivo.
Werner Kornexl, coordenador da área de MDL para o Brasil do Banco Mundial, ratifica essa posição: "O Brasil tem muitos projetos, mas são de pequeno porte porque a matriz elétrica é limpa. Um só projeto da China é capaz de alcançar quase todo o volume de redução dos projetos brasileiros".

Financiamento
Atualmente, há linhas do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).
No caso da Finep, os financiamentos são para projetos de no mínimo R$ 500 mil, segundo Fabrício Brollo, chefe do Departamento de Agronegócios da instituição.
A intenção, segundo Brollo, é manter os créditos de carbono no país para que o dono do projeto possa vendê-los no melhor preço de mercado.
"Hoje, os investidores internacionais que financiam esses programas são de países que precisam do crédito de carbono. Mas eles amarram o investimento a esses créditos e os avaliam com deságio", disse.
Empresas brasileiras já fazem investimentos para reduzir suas emissões e gerar créditos. A Rhodia, por exemplo, investiu US$ 11 milhões em um projeto para reduzir emissões de gás em sua unidade de Paulínia (SP). A Klabin fez sua primeira venda de créditos na CCX em janeiro deste ano. (FSa)


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