EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador José Serra (PSDB) disse ontem que o leilão de privatização da Cesp está mantido para amanhã e criticou a tentativa das empresas interessadas na compra de, segundo ele, derrubar os preços das ações da empresa de energia.
"Tem muita especulação, muito diz-que-diz. Tem gente também interessada em jogar os preços [das ações] para baixo. É natural num processo de leilão. Nós estamos trabalhando com serenidade e esperamos que na quarta-feira [amanhã] dê certo", afirmou o governador.
Ontem, as ações da empresa fecharam o dia cotadas a R$ 38,79, queda de 10,6%, com a expectativa de fracasso no leilão de amanhã.
Questionado sobre a queda no preço das ações no mercado, Serra tentou minimizar o problema. "Os compradores têm sempre interesse nisso, mas o fato de ter caído não tem nada a ver com o leilão porque o leilão estabeleceu um preço mínimo, de maneira que elas não afetarão o valor da venda."
Um dos motivos para a expectativa de fracasso no leilão é uma carta enviada na semana passada pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a Serra na qual o governo federal não dá garantia de renovação de concessão das usinas de Três Irmãos, Ilha Solteira e Jupiá, que vencem entre 2011 e 2015.
O governador disse que o impacto da carta de Lobão no resultado do leilão só poderá ser sentido amanhã.

BNDES
Serra confirmou que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pode financiar parte da operação de venda da Cesp, mas que isso depende de uma série de fatores.
"É sempre uma possibilidade [o financiamento] porque depende das condições da compra, quem é a empresa. Não é qualquer empresa que pode pegar financiamento", afirmou o governador, que conversou sobre o assunto por telefone na semana passada com Luciano Coutinho, presidente do BNDES.


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