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agrofolha
Safra de cana deve crescer menos
Produção paulista deve aumentar 8% e quebrar recorde neste ano; em 2007, alta havia sido de 15%
Moagem deve chegar a 353,9 milhões de toneladas; especialistas estimam que 13 usinas comecem a operar em SP até o final de 2008
MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Com perspectiva de nova
produção recorde, começou
ontem em São Paulo a safra de
cana-de-açúcar 2008/2009. O
mercado e especialistas estimam, porém, que o crescimento será menor no Estado, em
comparação com o da safra anterior: 8% contra 15%. Treze
novas usinas devem entrar em
funcionamento em São Paulo
até o final deste ano.
A primeira usina a iniciar a
moagem da cana foi a Lins, que
fica na cidade de mesmo nome.
A empresa, que entrou no mercado no ano passado, prevê um
aumento de 21,95% na sua produção, passando de 1,23 milhão
de toneladas para 1,5 milhão.
Sérgio Torquato, pesquisador do IEA (Instituto de Economia Agrícola), órgão da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, estima
que a nova safra vá render
353,9 milhões de toneladas de
cana, ante as 327,7 milhões de
toneladas colhidas na anterior.
"Ao final da última safra, havia desânimo, mas há perspectivas de um bom investimento
ainda, com visão de futuro para
o álcool. No ano passado, o
crescimento foi de 15% e, agora,
deve ser menor, de 8%, o que é
muito, porque a impressão era
que não cresceria quase nada",
disse Torquato.
A área plantada, que era de
4,8 milhões de hectares em São
Paulo, deve passar de 5 milhões
neste ano. Está prevista também produtividade maior.
"Teremos novos recordes na
produção. Ela está estabilizada
na região de Ribeirão Preto,
mas mesmo nela haverá alta.
Em produtividade, o avanço no
Estado deve ficar perto de 3%",
disse Maurilio Biagi Filho, presidente da Usina Moema.
As novas plantações de cana
ocuparam, principalmente,
áreas de pastagens, mas também houve troca de pomares de
laranja por canaviais.
"O nosso crescimento em
área plantada na [usina] Batatais ocorreu, em 90% dos casos,
em áreas de pasto", disse Bernardo Biagi, presidente das usinas Lins e Batatais -essa última, na região de Ribeirão, inicia a moagem na segunda-feira.
O diretor da Unica (União da
Indústria de Cana-de-Açúcar)
em Ribeirão Preto, Sérgio Prado, afirmou que o crescimento
do setor está impulsionado pelas 29 usinas que entrarão em
funcionamento neste ano no
Centro-Sul do país. No Estado,
a maioria das novas empresas
fica na região de Araçatuba
-em Brejo Alegre, Penápolis,
Buritama, Nova Independência, Valparaíso e Suzanópolis.
Na avaliação do setor, a entrada em funcionamento dessas usinas deve manter baixos
os preços de açúcar e álcool. As
exportações ficaram abaixo do
esperado em 2007. "Os preços
não têm razão alguma para subir", disse Biagi Filho.
O presidente da Usina Lins
disse que, além das usinas que
funcionarão na safra deste ano,
o número de unidades que vão
entrar em operação no país até
2010 (cerca de 90) vai manter
os preços baixos. "É muita coisa, não tem mercado para tudo
isso. Este ano-safra está encerrando com prejuízo de 10% a
15%. O preço do ano que vem
vai ser parecido com esse."
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