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Compras de fundos elevam preço de agrícolas
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
Os fundos de investimento
retornaram às compras e as
commodities agrícolas voltaram a subir. E com força. A soja,
após dois dias de limite de baixa
na semana passada, obteve limite de alta ontem na Bolsa de
Chicago, fechando em US$
12,57 por bushel (27,2 quilos).
Os limites são o máximo ou o
mínimo que um produto pode
variar (alta ou baixa) em apenas
um dia no mercado futuro.
Embora os números de oferta e de demanda de produtos
agrícolas apontem para pressão
nos preços neste ano, a presença dos fundos de investimento
é determinante para os soluços
do mercado, como os ocorridos
na semana passada, quando as
commodities despencaram.
Com até 40% de participação
nas negociações de alguns produtos agrícolas no mercado futuro, os fundos passaram a ser
os novos determinantes de tendência.
Portanto, mesmo com os
chamados "fundamentos de
mercado" -demanda aquecida
e estoques baixos- bastante
definidos, os preços vão ser determinados pela entrada ou pela saída desses grandes investidores.
Esses fundos ainda vão trazer muita emoção ao mercado,
Afinal, quando a soja varia do limite de baixa para o de alta no
mesmo dia, significa um ganho
de R$ 3,80 por saca em apenas
um dia. O mesmo raciocínio vale para o caso de queda.
Tendências
Apesar dessa grande interferência dos fundos, a tendência
do mercado não é de quedas
acentuadas, acredita a maioria
dos analistas.
O mercado estará de olho nos
próximos dias na primeira
prospectiva de plantio nos Estados Unidos, que deverá ser
feita pelo Usda (Departamento
de Agricultura dos EUA) no início da próxima semana.
O mercado já arrisca alguns
palpites sobre esses números,
apontando queda de 7% na área
de milho e alta de 12% na de soja. Entre a intenção de plantio e
a colocação das sementes na
terra, no entanto, o mercado
ainda vai passar por fortes
emoções. Os Estados Unidos
têm um período próprio para
plantio muito pequeno, e o clima não está adequado para o
milho.
Ontem, foi um dia de altas em
Chicago. Além da soja, houve
reajustes de preços do farelo de
soja (6,3%), óleo de soja (2,5%),
trigo (3,3%) e milho (3,4%). Já
em Nova York, açúcar (0,25%)
e algodão (3%) subiram, enquanto cacau (1,48%), suco de
laranja (0,7%) e café (1,6%)
apresentaram quedas.
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