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Plano dos EUA é "roubo" para o contribuinte, diz Prêmio Nobel
DA REUTERS
O plano do governo americano para se livrar dos ativos "tóxicos" dos bancos é um "roubo"
ao contribuinte dos EUA, por
expô-lo a risco excessivo, e dificilmente irá funcionar enquanto a economia continuar enfraquecida, disse o Prêmio Nobel
de Economia Joseph Stiglitz.
"O plano do [secretário do
Tesouro, Timothy] Geithner,
está repleto de falhas", disse em
Hong Kong. Para Stiglitz, o plano apresentado anteontem por
Geithner para retirar até US$ 1
trilhão em ativos problemáticos dos balanços do bancos oferece "incentivos perversos".
Segundo ele, o governo dos
EUA está usando o contribuinte como garantia caso esses ativos se desvalorizem, ao mesmo
tempo em que cede a possível
alta, ou lucros em potencial, para os investidores privados.
"De forma bem sincera, isso
equivale a um roubo do povo
americano. Eu não acredito
que isso vá funcionar porque
acredito que haverá muita revolta contra colocar tantas perdas sobre os ombros dos contribuintes americanos."
Mesmo que o plano limpe os
balanços dos bancos de gigantescas dívidas "tóxicas", as
preocupações com o cenário
econômico podem fazer com
que as instituições continuem a
não se mostrar dispostas a novos empréstimos, ao mesmo
tempo em que as perspectivas
de uma maior carga tributária
para pagar os planos de estímulo do governo podem afetar
ainda mais os consumidores
americanos, disse Stiglitz.
Alguns legisladores republicanos também demonstraram
preocupação com os incentivos
oferecidos pelo governo, que
pode dar aos investidores privados quase 93% dos fundos
para comprar ativos problemáticos. Mas o presidente dos
EUA, Barack Obama, disse que
o plano é fundamental para a
recuperação da economia.
Stiglitz, que é professor da
Universidade Columbia e ex-economista-chefe do Banco
Mundial, também pediu que os
líderes do G20 se comprometam na reunião da semana que
vem a fornecer mais recursos
aos países em desenvolvimento
e disse que a China deve ter
mais poder no FMI.
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