São Paulo, quarta-feira, 25 de março de 2009

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Plano dos EUA é "roubo" para o contribuinte, diz Prêmio Nobel

DA REUTERS

O plano do governo americano para se livrar dos ativos "tóxicos" dos bancos é um "roubo" ao contribuinte dos EUA, por expô-lo a risco excessivo, e dificilmente irá funcionar enquanto a economia continuar enfraquecida, disse o Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz.
"O plano do [secretário do Tesouro, Timothy] Geithner, está repleto de falhas", disse em Hong Kong. Para Stiglitz, o plano apresentado anteontem por Geithner para retirar até US$ 1 trilhão em ativos problemáticos dos balanços do bancos oferece "incentivos perversos".
Segundo ele, o governo dos EUA está usando o contribuinte como garantia caso esses ativos se desvalorizem, ao mesmo tempo em que cede a possível alta, ou lucros em potencial, para os investidores privados.
"De forma bem sincera, isso equivale a um roubo do povo americano. Eu não acredito que isso vá funcionar porque acredito que haverá muita revolta contra colocar tantas perdas sobre os ombros dos contribuintes americanos."
Mesmo que o plano limpe os balanços dos bancos de gigantescas dívidas "tóxicas", as preocupações com o cenário econômico podem fazer com que as instituições continuem a não se mostrar dispostas a novos empréstimos, ao mesmo tempo em que as perspectivas de uma maior carga tributária para pagar os planos de estímulo do governo podem afetar ainda mais os consumidores americanos, disse Stiglitz.
Alguns legisladores republicanos também demonstraram preocupação com os incentivos oferecidos pelo governo, que pode dar aos investidores privados quase 93% dos fundos para comprar ativos problemáticos. Mas o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que o plano é fundamental para a recuperação da economia.
Stiglitz, que é professor da Universidade Columbia e ex-economista-chefe do Banco Mundial, também pediu que os líderes do G20 se comprometam na reunião da semana que vem a fornecer mais recursos aos países em desenvolvimento e disse que a China deve ter mais poder no FMI.


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