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Planalto inclui 2011 em pacote habitacional
Governo se dá mais um ano para a construção de habitações; conclusão ocorrerá quando Lula não estiver mais no Planalto
Pacote habitacional será
anunciado hoje, em festa
organizada pelo governo;
investimentos em três
anos somam R$ 47 bilhões
SHEILA D'AMORIM
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com o calendário comprometido pela demora na elaboração do pacote habitacional e
pela indefinição sobre os terrenos onde deverão ser construídos os imóveis, o governo ampliou de dois para três anos o
prazo para construção do 1 milhão de habitações, avançando
para 2011, primeiro ano da gestão do sucessor do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Nesse período, promete investir R$ 47 bilhões, sendo R$
28 bilhões somente em subsídios e em benefícios para pessoas com renda mais baixa e R$
19 bilhões em financiamentos,
segundo a Folha apurou. Os
subsídios envolverão, além de
R$ 12 bilhões do FGTS, anunciados ontem pelo ministro
Carlos Lupi (Trabalho), outros
R$ 16 bilhões do Orçamento da
União, que serão concentrados
na faixa de renda até R$ 1.395
(três salários mínimos).
O pacote será anunciado hoje numa grande festa organizada pelo Palácio do Planalto e
deverá prever também a redução da tributação (de 7% para
1%) nos empreendimentos
construídos com a contabilidade apartada da empresa -o
chamado regime de patrimônio de afetação. Para o evento,
foram convidados governadores, prefeitos, parlamentares,
empresários e representantes
de movimentos sociais.
Seu efeito neste ano, no entanto, deverá ser pequeno, já
que, para deslanchar, é preciso a
aprovação dos projetos das
construtoras e a colaboração
de governadores e de prefeitos
com a cessão de terrenos e a redução de tributos.
FGTS
Ontem, o Conselho Curador
do FGTS aprovou, por unanimidade, R$ 31 bilhões para investimento em habitação popular até 2011. Desse total, R$
12 bilhões serão destinados a
subsídios parciais para aquisição da casa própria atendendo
a população com renda entre
três e seis salários mínimos. Para este ano, foram assegurados
R$ 4 bilhões, sendo que R$ 1,6
bilhão já havia sido aprovado
pelo conselho no ano passado.
O valor máximo dos imóveis será de R$ 130 mil.
"No final do ano, faremos a
revisão dos valores e veremos
quanto será investido nos anos
seguintes. Para habitação, na
faixa de renda entre zero e três
salários mínimos, o subsídio
será dado integralmente pelo
Tesouro Nacional", explicou
Lupi logo após a reunião.
O ministro se recusou a informar detalhes do voto aprovado na reunião do Conselho
do FGTS e chegou a pedir aos
conselheiros que não vazassem
informações para a imprensa
para evitar o esvaziamento do
anúncio que será feito hoje pelo
presidente Lula.
Lupi fez mistério até mesmo
sobre o valor que o FGTS destinará para as linhas de financiamento regulares do fundo que
são operadas pelo mercado,
principalmente a Caixa Econômica Federal, e que constarão
do pacote. A Folha apurou que
serão destinados R$ 19 bilhões
somente neste ano para esse tipo de empréstimo -o orçamento do fundo previa inicialmente R$ 8,4 bilhões.
Esse dinheiro atenderá famílias com renda entre seis e dez
salários mínimos e que têm
maior capacidade de pagamento. Apesar de não haver um
subsídio explícito nesses casos,
os juros praticados são mais
em conta do que as taxas cobradas pelos bancos em geral.
Para a classe média, é esperada a elevação de R$ 300 mil para cerca de R$ 500 mil no teto
do valor do imóvel que o trabalhador pode adquirir usando o
saldo da conta do FGTS.
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