São Paulo, quarta-feira, 25 de março de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Remessas recuam 57% e reduzem déficit externo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de estarem entre os setores mais atingidos pela crise, montadoras de automóveis e instituições financeiras continuam liderando a lista dos que mais enviam lucros e dividendos para o exterior. Juntos, esses dois segmentos enviaram US$ 536 milhões para as matrizes entre janeiro e fevereiro deste ano -28% do total de remessas feitas no período.
Na comparação com 2008, porém, há uma queda. Nos dois primeiros meses do ano passado, esses dois setores enviaram US$ 1,3 bilhão para o exterior, o que na época correspondeu a 31% do total.
Mesmo com bancos e montadoras se mantendo entre as empresas que mais enviam lucros para fora do Brasil, no geral se observa uma queda nesse tipo de remessa em praticamente todos os setores. Entre janeiro e fevereiro deste ano, as multinacionais instaladas no país mandaram US$ 1,9 bilhão para o exterior, um recuo de 57% em relação ao mesmo período de 2008.
A queda ajudou a reduzir o déficit em transações correntes do país. Essa conta, que inclui toda a negociação de bens e serviços com outros países, ficou negativa em US$ 3,3 bilhões no primeiro bimestre de 2009, 43% menos do que no ano passado.
Esse recuo reflete o impacto que a desaceleração da economia tem sobre as contas externas, já que, com o país crescendo menos, as empresas também lucram menos e, consequentemente, apuram ganhos menores para enviar a suas matrizes.
Diante dos números, o BC reduziu de US$ 25 bilhões para US$ 16 bilhões a projeção para o déficit em transações correntes deste ano. Para o chefe do Departamento Econômico da instituição, Altamir Lopes, a revisão é importante porque indica que o país precisará atrair menos capital estrangeiro para financiar seu déficit.


Texto Anterior: Entrada de dólares cairá 52%, afirma BC
Próximo Texto: Tesouro: Juros e emissões de títulos elevam dívida pública em fevereiro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.