São Paulo, quarta-feira, 25 de abril de 2007

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Bancos encabeçam lista de investimento em cultura

50% das instituições que responderam a pesquisa do Gife põem dinheiro na área

Recebem mais verba que o setor cultural a educação e o desenvolvimento para as comunidades; associados investiram R$ 1 bi em 2005


MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Dos dez maiores investidores privados em projetos culturais, cinco são bancos, segundo números divulgados pelo Gife (Grupo de Institutos Fundações e Empresas) com base em dados do Ministério da Cultura. No ranking estão Bradesco, Banco do Brasil, Banco do Estado do Paraná, Itaú e Unibanco.
Além das instituições financeiras, fazem parte da lista três siderúrgicas (Gerdau, Usiminas e Vale do Rio Doce), a Petrobras e a Eletrobrás.
A entidade, que reúne 101 investidores sociais privados no Brasil, participou ontem em São Paulo do lançamento do Fórum de Investidores Privados em Cultura.
Segundo o Gife, 50% dos 68 institutos, fundações e empresas associados à entidade que responderam a uma pesquisa feita pela entidade referente a 2005 investem na área de cultura e artes. Desse total, 20 executam projetos próprios, 10 financiam projetos de terceiros e 4 tanto executam seus próprios projetos quanto financiam os de terceiros.
No total, as empresas associadas à entidade investiram, em várias áreas, R$ 1 bilhão em 2005. Os investimentos em cultura aparecem em terceiro lugar, atrás de educação e desenvolvimento comunitário.
A entidade apresentou ontem uma espécie de perfil dos projetos de investimentos privados em cultura. No total, em 2005 foram desenvolvidos 232 deles: 25, a maior parte, de oficinas culturais, 22 de promoção de eventos e 21 de implantação de espaços culturais e bibliotecas, entre outros.
Em relação à área de atuação, o investimento foi principalmente em peças teatrais (8 projetos), doações de materiais (6), patrocínio de produções cinematográficas ou de vídeo (6) e concessão de bolsas de estudo (5), entre outros.
A maioria dos projetos detectados pela pesquisa visou atingir a faixa etária entre 15 e 17 anos. "Os números mostram que o investimento em cultura é focado nos jovens, ao mesmo tempo que vem sendo alinhado com a educação, o que é um amadurecimento do setor", diz Fernando Rossetti, do Gife.
Segundo ele, a grande quantidade de projetos próprios revela que o perfil de investimento privado no país tende a ser vinculado à imagem da empresa. "Hoje há uma busca por equilíbrio entre investimentos privados, que são vinculados à marca, e interesses públicos."


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