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CVM investiga negócios com ações da Nossa Caixa
Papéis do banco paulista tiveram o maior volume financeiro negociado no ano antes do anúncio da operação
Na sexta, após o anúncio da operação, os papéis da Nossa Caixa dispararam 40%, mas encerram o dia com alta de 31,52%
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
A CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) vai investigar se
houve vazamento de informação privilegiada no negócio envolvendo a incorporação da
paulista Nossa Caixa pelo Banco do Brasil, anunciada na noite
da última quarta-feira, véspera
de feriado prolongado.
A autarquia decidiu verificar
a movimentação das ações do
banco paulista, que teve um aumento significativo de negócios
pouco antes de os bancos comunicarem a transação ao
mercado. Na quarta-feira, as
ações da Nossa Caixa subiram
0,69%, enquanto o Ibovespa
amargou perdas de 1,66%.
Segundo a consultoria Economática, os papéis da Nossa
Caixa tiveram, na última quarta, 994 negócios, que movimentaram um total de R$ 15,67 milhões -o maior volume financeiro para essas ações no ano.
Até a semana anterior, o número médio de negócios estava
na casa de 583 e o volume negociado não passava de R$ 10 milhões, segundo a Economática.
"Teve uma coisa muito estranha na quarta-feira. Em maio,
até o dia 19, as movimentações
ficaram na faixa de 580 negócios. No dia 21, o volume foi
quase o dobro. Tivemos o
maior volume financeiro do
ano e o terceiro maior número
de negócios. O volume duplicou em relação à média de
maio", disse o consultor Einar
Rivero, da Economática.
Na sexta-feira, primeiro dia
de negociação na Bolsa após o
anúncio da operação, os papéis
ON (com direito a voto) da Nossa Caixa dispararam 31,52%.
Pela manhã, chegaram a subir
mais de 40%. Ao todo, foram fechados mais de 4.824 negócios
com o papel, o quarto mais
transacionado no dia na Bovespa. Já os papéis do BB tiveram
baixa de 2,81%.
A notícia da possível incorporação da Nossa Caixa pelo
BB foi recebida com surpresa
pelo mercado. Os grandes bancos privados defenderam a realização de um leilão aberto a todos os interessados.
"Quem vai sair ganhando
com essa história é o Banco do
Brasil, que vai conquistar uma
posição muito boa em São Paulo. Do lado da Nossa Caixa, a
gente sabe que ela estava remando num mercado difícil",
disse Ceres Lisboa, analista da
agência Moody"s.
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