São Paulo, domingo, 25 de junho de 2000


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Banco Bandeirantes é colocado à venda

DA REPORTAGEM LOCAL

A Caixa Geral de Depósitos, maior banco português, contratou a Merrill Lynch para encontrar um comprador para o Banco Bandeirantes.
Itaú, Bradesco e Unibanco, os três maiores bancos privados brasileiros, segundo a Folha apurou, estão analisando a viabilidade do negócio. As chances maiores são de que o Itaú leve o Bandeirantes.
A Caixa Geral de Depósitos é sócia do Itaú há muitos anos -tem 8% do seu capital- e isso facilitaria a transação. Seria possível, por exemplo, que a CGD recebesse mais ações do Itaú como pagamento.
A CGD é proprietária do Bandeirantes há apenas dois anos e meio. No início de 98, a instituição portuguesa comprou o banco do ex-banqueiro Gilberto Faria.
Na ocasião, o Bandeirantes ocupava a nona posição no ranking das maiores instituições financeiras privadas do país.
A aquisição pôs fim a um longo período de especulações sobre a venda do Bandeirantes.
O espanhol Bilbao Vizcaya e o canadense Nova Scotia chegaram a negociar firmemente com os controladores do Bandeirantes antes de a CGD fechar o acordo.

Perdas
A decisão de se desfazer tão cedo da instituição foi motivada pelas enormes perdas de dinheiro que o banco português já teve no negócio. Depois de comprar o Bandeirantes, a CGD encontrou mais problemas do que esperava e teve de injetar muito dinheiro para resolvê-los.
Ainda hoje o Bandeirantes precisaria de mais capital para girar melhor. A outra saída seria sua incorporação por uma instituição de grande porte. A CGD optou pela segunda.
Mas a venda esbarra em um problema moral para a CGD. Como explicar que todo o dinheiro investido não será recuperado e que, em tão pouco tempo, a instituição deixará o Brasil derrotada em seu projeto.
Por isso, analistas avaliam que a solução com o Itaú é a mais viável. Há uma relação antiga entre ambas instituições. Um representante da CGD é, inclusive, conselheiro do banco brasileiro.
Quem quer que for ficar com o Bandeirantes terá de ter especial cuidado ao avaliar as operações do antigo Banorte.
Em 96, o Bandeirantes absorveu o Banorte com uma ajuda de R$ 540 milhões do Proer (o programa de recuperação do sistema bancário).
O Bandeirantes, entretanto, não digeriu bem o banco pernambucano e isso complicou sua situação. Até hoje o Banorte ainda pesa. (VA)


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