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Banco Bandeirantes é colocado à venda
DA REPORTAGEM LOCAL
A Caixa Geral de Depósitos,
maior banco português, contratou a Merrill Lynch para encontrar um comprador para o Banco
Bandeirantes.
Itaú, Bradesco e Unibanco, os
três maiores bancos privados brasileiros, segundo a Folha apurou,
estão analisando a viabilidade do
negócio. As chances maiores são
de que o Itaú leve o Bandeirantes.
A Caixa Geral de Depósitos é sócia do Itaú há muitos anos -tem
8% do seu capital- e isso facilitaria a transação. Seria possível, por
exemplo, que a CGD recebesse
mais ações do Itaú como pagamento.
A CGD é proprietária do Bandeirantes há apenas dois anos e
meio. No início de 98, a instituição portuguesa comprou o banco
do ex-banqueiro Gilberto Faria.
Na ocasião, o Bandeirantes ocupava a nona posição no ranking
das maiores instituições financeiras privadas do país.
A aquisição pôs fim a um longo
período de especulações sobre a
venda do Bandeirantes.
O espanhol Bilbao Vizcaya e o
canadense Nova Scotia chegaram
a negociar firmemente com os
controladores do Bandeirantes
antes de a CGD fechar o acordo.
Perdas
A decisão de se desfazer tão cedo da instituição foi motivada pelas enormes perdas de dinheiro
que o banco português já teve no
negócio. Depois de comprar o
Bandeirantes, a CGD encontrou
mais problemas do que esperava
e teve de injetar muito dinheiro
para resolvê-los.
Ainda hoje o Bandeirantes precisaria de mais capital para girar
melhor. A outra saída seria sua incorporação por uma instituição
de grande porte. A CGD optou
pela segunda.
Mas a venda esbarra em um
problema moral para a CGD. Como explicar que todo o dinheiro
investido não será recuperado e
que, em tão pouco tempo, a instituição deixará o Brasil derrotada
em seu projeto.
Por isso, analistas avaliam que a
solução com o Itaú é a mais viável.
Há uma relação antiga entre ambas instituições. Um representante da CGD é, inclusive, conselheiro do banco brasileiro.
Quem quer que for ficar com o
Bandeirantes terá de ter especial
cuidado ao avaliar as operações
do antigo Banorte.
Em 96, o Bandeirantes absorveu
o Banorte com uma ajuda de R$
540 milhões do Proer (o programa de recuperação do sistema
bancário).
O Bandeirantes, entretanto, não
digeriu bem o banco pernambucano e isso complicou sua situação. Até hoje o Banorte ainda pesa.
(VA)
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