São Paulo, terça-feira, 25 de junho de 2002

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Reestruturar dívida é "loucura", diz Armínio

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, afirmou ontem que a tentativa de reestruturar a dívida pública interna seria "uma loucura". Fraga falou sobre a proposta durante entrevista no programa "Roda Viva", da TV Cultura, que foi ao ar ontem à noite.
O presidente do BC brasileiro se referia à proposta do banco de investimento Lehman Brothers, que, na semana passada, recomendou uma megatroca da dívida interna brasileira como forma de o governo escapar do círculo vicioso de altas taxas de juros e crescimento da dívida pública.
Ele lembrou das preocupações e da desconfiança que as perdas dos fundos DI geraram nos investidores -as perdas ocorreram por causa da oscilação do valor dos títulos públicos no mercado. "Isso mostra a loucura que uma reestruturação poderia ter. Mexer nisso é suicídio e não é necessário", afirmou Fraga.
Fraga atribuiu as turbulências que atingiram o mercado nas últimas semanas ao cenário político, que ele considera o fator principal por trás da crise. "Mas é uma preocupação exagerada", disse.
Questionado sobre o efeito que a carta de intenções divulgada pelo presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, no final de semana teve ontem no mercado, Fraga afirmou que era impossível dizer o quanto a divulgação teria contribuído para acalmar os investidores. Mas disse que se tratava de um passo positivo da oposição.
O presidente do BC também comentou as declarações do secretário do Tesouro norte-americano, Paul O'Neill. Na semana passada, O'Neill afirmou que a crise brasileira era política e que os EUA não deveriam mais apoiar pacotes de ajuda ao país.
"Estou convencido de que o FMI não ajuda partidos, grupos ou pessoas, mas sim um conjunto de políticas econômicas que são consideradas razoáveis", disse.



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