São Paulo, sexta-feira, 25 de junho de 2004

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Governo envia explicações a argentinos

DE BUENOS AIRES

Em resposta ao pedido dos argentinos, o governo brasileiro enviou ontem ao Serviço Nacional de Qualidade Agroalimentar (Senasa), que fica em Buenos Aires, um comunicado sobre a identificação de um foco de febre aftosa em Monte Alegre, no Pará, e sobre as medidas de prevenção que estão sendo adotadas em relação ao problema.
A identificação do foco, divulgada no último dia 17, levou a Rússia e, em seguida, a Argentina a suspender as importações de carne do Brasil.
O embargo argentino foi adotado na última quinta-feira e irritou o governo brasileiro por causa da parceria dos dois países no Mercosul, bloco que também inclui Uruguai e Paraguai.
O governo argentino, por sua vez, não ficou satisfeito com o comunicado enviado pelo Brasil à Organização Internacional de Epizootia e Saúde Animal (OIE) e alegou que, justamente por causa da parceria, o país merecia um comunicado especial sobre o problema sanitário detectado no Brasil.
De acordo com o Serviço Nacional de Qualidade Agroalimentar, os técnicos argentinos vão analisar os fatos antes de decidir se a suspensão à importação da carne brasileira será levantada ou não.

Três bois
Segundo funcionários da Senasa, o governo argentino está preocupado com o fato de as autoridades sanitárias no Brasil não saberem identificar a origem do foco da doença.
De acordo com o Ministério da Agricultura do Brasil, a doença foi identificada apenas em três bois e em uma região isolada da área exportadora, portanto o foco da doença não ameaçaria os produtos de exportação.
A suspensão das importações argentinas afeta somente o comércio de carne de porco, já que o vizinho não importa carne bovina do Brasil, que é hoje o maior produtor mundial do produto.
As vendas de carne suína para o parceiro do Mercosul, porém, somaram 13 mil toneladas neste ano, representando cerca de US$ 16 milhões.
(CLÁUDIA DIANNI)


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