|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Se fechar unidade, VW não deve receber recurso, diz Marinho
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ex-sindicalista, o ministro
do Trabalho, Luiz Marinho, defendeu ontem que a Volkswagen não deveria receber dinheiro do BNDES, porque a montadora pode fechar fábricas.
"O dinheiro do BNDES não
pode ser usado para financiar
fechamento de fábrica. (...) Não
há que falar em fechamento de
fábrica quando a economia vai
bem", afirmou.
Acostumado a acompanhar
negociações salariais, Marinho
disse ainda esperar que a possibilidade de fechamento da fábrica no ABC paulista seja apenas "chantagem" da montadora para obter concessões.
"Espero que seja simplesmente chantagem de pressão
de negociação com os trabalhadores", afirmou o ministro.
A Volkswagen informou ontem que a possibilidade de suspender as atividades da unidade do ABC paulista depende
ainda de negociações com sindicatos de metalúrgicos. "O fechamento da fábrica sempre foi
colocado como possibilidade.
Todo o esforço da Volkswagen
é de elevar a competitividade
da fábrica de Anchieta, com aumento da produtividade, corte
de custos e demissões", explicou Junia Sá, diretora de Comunicação da montadora.
De acordo com a assessoria
de imprensa do Ministério do
Trabalho, Marinho terá uma
reunião com a diretoria da
Volkswagen para discutir o fechamento da fábrica em São
Paulo na próxima segunda-feira. A ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) e o presidente do
BNDES, Demian Fiocca, devem participar do encontro.
Anteontem, Fiocca confirmou a aprovação de uma operação de empréstimo de R$
497,1 milhões à Volkswagen. A
operação, ainda não contratada, não exige manutenção de
empregos em contrapartida.
Momento do setor
Marinho questionou os ajustes empreendidos pela Volkswagen, pois o setor automotivo
viveria um dos melhores momentos dos últimos anos.
"Não combina com o momento vivido pelo setor no Brasil, bateram recordes de produção e vendas", disse.
O presidente da Anfavea (associação das montadoras), Rogelio Golfarb, discordou. Evitando falar especificamente sobre alguma empresa, ressaltou
que o setor enfrenta problemas
de competitividade no Brasil
pelo excesso de juros e alta carga de impostos.
(IURI DANTAS)
Texto Anterior: Pressão central Próximo Texto: Acordo ainda está "longe", diz sindicato Índice
|