São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 2006

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Se fechar unidade, VW não deve receber recurso, diz Marinho

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ex-sindicalista, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, defendeu ontem que a Volkswagen não deveria receber dinheiro do BNDES, porque a montadora pode fechar fábricas.
"O dinheiro do BNDES não pode ser usado para financiar fechamento de fábrica. (...) Não há que falar em fechamento de fábrica quando a economia vai bem", afirmou.
Acostumado a acompanhar negociações salariais, Marinho disse ainda esperar que a possibilidade de fechamento da fábrica no ABC paulista seja apenas "chantagem" da montadora para obter concessões.
"Espero que seja simplesmente chantagem de pressão de negociação com os trabalhadores", afirmou o ministro.
A Volkswagen informou ontem que a possibilidade de suspender as atividades da unidade do ABC paulista depende ainda de negociações com sindicatos de metalúrgicos. "O fechamento da fábrica sempre foi colocado como possibilidade. Todo o esforço da Volkswagen é de elevar a competitividade da fábrica de Anchieta, com aumento da produtividade, corte de custos e demissões", explicou Junia Sá, diretora de Comunicação da montadora.
De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério do Trabalho, Marinho terá uma reunião com a diretoria da Volkswagen para discutir o fechamento da fábrica em São Paulo na próxima segunda-feira. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e o presidente do BNDES, Demian Fiocca, devem participar do encontro.
Anteontem, Fiocca confirmou a aprovação de uma operação de empréstimo de R$ 497,1 milhões à Volkswagen. A operação, ainda não contratada, não exige manutenção de empregos em contrapartida.

Momento do setor
Marinho questionou os ajustes empreendidos pela Volkswagen, pois o setor automotivo viveria um dos melhores momentos dos últimos anos.
"Não combina com o momento vivido pelo setor no Brasil, bateram recordes de produção e vendas", disse.
O presidente da Anfavea (associação das montadoras), Rogelio Golfarb, discordou. Evitando falar especificamente sobre alguma empresa, ressaltou que o setor enfrenta problemas de competitividade no Brasil pelo excesso de juros e alta carga de impostos. (IURI DANTAS)


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