Ichiro Guerra - 18.ago.99/Folha Imagem

O presidente do BC, Armírio Fraga, que espera realizar uma nova emissão de bônus no exterior

da Sucursal de Brasília

O Banco Central espera fazer mais de uma emissão de bônus da República no exterior até o final do ano, segundo divulgou ontem sua assessoria de imprensa.
A instituição negou informação veiculada durante o dia por agências internacionais de notícias sobre uma emissão de até US$ 500 milhões que seria realizada em breve no mercado europeu.
"Não há absolutamente nada decidido sobre uma nova emissão. O BC está permanentemente avaliando as condições de mercado para fazer uma emissão no momento adequado", declarou a assessoria.
Segundo o BC, não há nada definido sobre a data, o volume, a moeda ou o mercado em que seria feita a nova emissão de bônus.
A intenção de fazer novos lançamentos de bônus no segundo semestre já havia sido expressa pelo governo no memorando de política econômica divulgado em julho, na terceira avaliação do acordo com o FMI.
Segundo o documento, os novos lançamentos visam a refinanciar a dívida pública externa que vencerá no período e criar uma taxa de juros de referência para os lançamentos de títulos privados.
O governo pediu à SEC (órgão que regula o mercado de capitais norte-americano) em julho autorização para emitir até US$ 10 bilhões. Esse limite poderá ser usado aos poucos pelo BC, conforme considerar adequado.
O governo voltou ao mercado internacional de capitais em abril passado, depois de uma ausência de um ano provocada pela crise russa. Desde então, foram vendidos US$ 3,8 bilhões.
Em março, o governo vendeu US$ 3 bilhões em bônus. Desse total, US$ 2 bilhões entraram como dinheiro novo e US$ 1 bilhão como troca de papéis antigos. Em julho o BC fez um lançamento de US$ 853 bilhões em euros.


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