São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2004

Texto Anterior | Índice

O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Notícia ruim
Em pleno início do plantio da soja, os produtores recebem uma péssima notícia. Pela primeira vez nos últimos 12 meses, os preços da oleaginosa estão inferiores aos praticados no mesmo período anterior. Isso ocorre tanto no mercado interno como no externo, diz Fernando Muraro, da Agência Rural, de Curitiba.

Os números
No ano passado, a saca de soja começou setembro em R$ 40,30 no porto de Paranaguá e terminou o mês em R$ 44,20. Neste ano, o produto iniciou o mês em R$ 44, mas já está em R$ 37,20. Na média, os preços deste mês já são 9,9% inferiores aos de setembro de 2003 em Paranaguá. Em Rondonópolis, a queda é de 6,4%.

As causas
Os preços atuais são os menores para o período nos últimos três anos. Muraro diz que uma conjugação de fatores provoca essa queda nas cotações. Entre os principais motivos estão o aumento da oferta mundial, a perda de fôlego da demanda externa e o recuo do dólar no Brasil.

Mudança de cenário
Uma alteração no cenário do plantio de arroz no Sul provocou a redução dos preços do produto neste mês, segundo avaliação do analista Romeu Fiod. Após um período de seca, as chuvas retornaram nas áreas de plantio e as perspectivas melhoraram no Rio Grande do Sul.

Preços recuam
O cenário favorável ao plantio levou alguns produtores de arroz a desovar estoques, derrubando os preços para R$ 28 a R$ 30 a saca em casca, dependendo da qualidade do produto. Neste mês, a queda acumulada é de 4,4% no Sul.

Catalunha no Brasil
O agronegócio está atraindo empresas catalãs. Nos últimos seis anos, empresários daquela região da Espanha desenvolveram, no Brasil, pelo menos uma centena de projetos de diversas áreas. Agora, o interesse passa a ser também o agronegócio. Para 2005, o Copca (Consórcio de Promoção da Catalunha) já tem dois projetos no forno.

Onde há interesse
Trini Masip, responsável do Copca para o Mercosul, diz que os interesses nesse setor são fertilizantes, veterinária e alimentação animal. Essas empresas não visam apenas o mercado interno, mas querem usar o Brasil como trampolim para outros mercados, especialmente o Mercosul, diz ela.

Poder de fogo
Masip diz que a Catalunha é pequena -6% do território espanhol-, mas tem 19% do PIB e é responsável por 27% das exportações do país e por 29% das importações. "É uma economia internacionalizada", acrescenta ela.

Exportações de couro
As exportações de couro atingiram US$ 825 milhões até agosto, 24% a mais do que em 2003. O que parece ser bom, no entanto, passa a ser preocupante para o setor, já que o país está perdendo poder de fogo nas exportações de produtos acabados.

Redução de alíquota
A redução do Imposto de Exportação sobre o "wet blue", de 9% para 7%, permite maior exportação de matéria-prima (mais 34%) e redução nas vendas de semi-acabados (queda de 6%) e desaceleração no aumento das vendas de couro acabado.

E-mail: mzafalon@folhasp.com.br

Texto Anterior: Mercado financeiro: Ações da Petrobras sobem com o petróleo
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.