|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Saídas pela CC-5 já somam US$ 8 bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As remessas de dólares para o
exterior feitas por meio de contas
CC-5 (contas de não-residentes
no país) já chegam a US$ 1,236 bilhão em outubro, de acordo com
dados parciais calculados pelo
Banco Central entre os dias 1º e
23.
Desde janeiro, US$ 8,086 bilhões já foram enviados para fora
do país por meio desse instrumento. O número supera o valor
das remessas feitas ao longo de todo o ano de 2001, que ficou em
US$ 6,1 bilhão.
A saída de recursos por meio
das CC-5 é um dos termômetros
usados para medir a fuga de capitais do país. Isso porque, em momentos de crise, o instrumento é
um dos menos burocráticos que
podem ser usados para enviar dinheiro para o exterior.
Ao fazer uma remessa pela CC-5, a pessoa (ou empresa) não precisa expor ao Banco Central os
motivos da transação. Basta que
os envolvidos na operação sejam
identificados, para possibilitar
um eventual rastreamento dos recursos.
Quando a CC-5 não é utilizada,
o envio de dólares para fora só é
permitido se o dinheiro for destinado a algum compromisso externo: quitação de dívidas, envio
de lucros e dividendos, pagamento pela importação de mercadorias, por exemplo. Se a remessa tiver como objetivo exclusivo proteger aqueles recursos de uma
eventual crise, a CC-5 é o único
instrumento legal disponível.
Em dezembro do ano passado,
por exemplo, as remessas pelas
CC-5 somaram US$ 1,357 bilhão.
Naquela ocasião, o agravamento
da crise argentina era o principal
fator que explicava o nervosismo
do mercado.
Para o BC, saída não é fuga
Para o BC, as saídas de dólares
pelas CC-5 não devem ser classificadas como uma fuga de capitais.
Segundo a instituição, a maior
parte dessas remessas se refere a
investimentos que empresas brasileiras fazem no exterior. Nesse
caso, os investimentos estariam
sendo feitos desse modo para fugir da burocracia que regula esse
tipo de operação.
Dívida externa
Além disso, o setor privado pode usar as CC-5 para antecipar o
pagamento de algumas parcelas
da dívida externa. Diante do nervosismo do mercado financeiro
internacional, muitas empresas
estariam aproveitando para quitar seus compromissos antes do
vencimento.
Pelas normas do BC, porém, as
remessas para o pagamento de dívidas propriamente ditas só podem ser feitas no vencimento de
cada parcela. Não existe canal formal que permita a antecipação, o
que faz muitas empresas optarem
pela CC-5.
Texto Anterior: Transe: Dólar e risco dão trégua na boca-de-urna Próximo Texto: BC projeta rombo US$ 3 bi menor Índice
|