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Disputa deve ser tema da eleição de 2010
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A universalização da banda larga deve ser tema da
campanha eleitoral do ano
que vem e no Congresso Nacional já ganhou ares de disputa política.
O governo federal e o PT
deverão responder ao presidenciável tucano José Serra
(SP), que lançou seu próprio
programa em São Paulo.
Além do plano nacional de
banda larga do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva,
previsto para o final do ano,
um projeto de lei entrou na
pauta da Câmara no início do
mês por pressão do PT.
Seu autor é o líder do partido no Senado, Aloizio Mercadante (SP). Já aprovado
pelos senadores, prevê que
todas as escolas públicas do
país tenham acesso à banda
larga no prazo de cinco anos.
"O governo federal tem a
banda larga como prioridade
pelo salto histórico que isso
representaria na educação
do país", diz Mercadante.
A fonte de financiamento
seria o Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de
Telecomunicações), arrecadado a partir de uma parcela
do valor cobrado na conta telefônica.
Formalmente, o Fust é
destinado a prover serviços
de telecomunicações para
áreas e serviços que não despertam o interesse do mercado. Na prática, há R$ 6 bilhões acumulados no caixa
do governo ajudando nas
metas de superavit primário.
Como a lei atual só prevê o
uso do Fust no desenvolvimento da telefonia fixa, a
aplicação para internet requer uma mudança no marco jurídico. Esse seria o papel
do projeto de Mercadante.
Segundo o senador, o governo está comprometido
com a proposta de seu texto.
"O governo não mexeria no
estoque acumulado do Fust,
mas se comprometeria a utilizar os novos recursos para a
implantação da banda larga
nas escolas", afirma Mercadante.
Por ano, o fundo arrecada
cerca de R$ 900 milhões. O
projeto aguarda apenas a
aprovação dos deputados para entrar em vigor.
Não há data ainda para a
matéria ser votada, mas o fato de ter sido incluída na
pauta da Câmara por decisão
do líder petista na Casa, Cândido Vaccarezza (SP), indica
que isso pode ocorrer num
futuro próximo.
A meta de universalizar os
serviços de banda larga no
país deve também fazer parte do programa de governo
para a provável campanha
presidencial da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) no
ano que vem.
Para a oposição, trata-se
de oportunismo. "O governo
por enquanto está apenas fazendo declarações em reação
ao plano lançado em São
Paulo. Espero que acordem
para a importância desse assunto, porque São Paulo não
pode implantar a banda larga
em todo o Brasil. Isso é tarefa
do governo Lula", diz o líder
do PSDB na Câmara, o deputado José Aníbal (SP).
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