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Para organização, reforma da Previdência será inevitável
DA SUCURSAL DO RIO
A OCDE avalia que a reforma
da Previdência do setor privado
será inevitável. O custo dessas
aposentadorias chega a um terço das despesas primárias federais. A organização recomenda
que a reforma seja complementada por esforços para reduzir a
informalidade a fim de elevar a
base de contribuição.
O presidente Lula, no entanto, descartou a possibilidade de
reforma, em reunião com ministros nesta semana.
A organização aconselha três
medidas. A primeira é a desvinculação entre a aposentadoria
mínima e o salário mínimo. A
manutenção do poder de compra da aposentadoria poderia
ocorrer por meio da indexação
a um índice de preços. A segunda proposta é a definição de
uma idade de aposentadoria
mínima para homens e mulheres sob a modalidade de tempo
de contribuição. Além disso, a
organização defende que o período mínimo de contribuição
para aposentadorias por idade
deveria subir gradualmente pelos próximos 15 anos.
Em relação aos trabalhadores do setor público, a organização de países ricos afirma que
as iniciativas devem se concentrar na criação de fundos de
aposentadorias complementares para os servidores civis, de
preferência fora do tipo contribuição definida. A organização
lembra que muitas condições
da reforma de 2003 ainda precisam ser regulamentadas.
O secretário-executivo do
Ministério da Fazenda, Bernard Appy, recebeu as medidas
com cautela. Ele destacou a
preocupação do governo com a
trajetória de aumento do déficit da Previdência, mas afirmou
que ela não pode ser avaliada
apenas sob a ótica fiscal.
"A Previdência Social é um
acordo social entre as gerações
de uma sociedade, portanto é
uma construção política. A
grande questão é como construir um modelo que seja socialmente justo, encontrar um
equilíbrio entre a necessidade
de garantir uma renda adequada para as pessoas sem capacidade de trabalho, seja por idade
ou por problemas de incapacidade de trabalho, e o custo de
financiamento do sistema para
a sociedade", disse.
(JL)
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