São Paulo, sábado, 25 de novembro de 2006

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Vale acerta contrato de US$ 7 bi para siderúrgica

Acordo com ThyssenKrupp prevê fornecimento de minério de ferro por 15 anos

Matéria-prima será enviada para a CSA, siderúrgica da qual a Vale é sócia e que deve começar a funcionar no Estado do Rio em 2008


Ruiz Caballero/Reuters
Chanceleres dos países integrantes da Casa (Comunidade Sul-Americana de Nações) reunidos em Santiago, no Chile


PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A Vale do Rio Doce fechou ontem um contrato para fornecer 8,6 milhões de toneladas ao ano de minério de ferro à CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), siderúrgica controlada pela alemã ThyssenKrupp que começará a operar em 2008, na área do porto de Itaguaí, no Estado do Rio.
Trata-se do maior contrato da história da Vale. Envolve a comercialização de 130 milhões de toneladas de minério de ferro ao longo de 15 anos, o que representa, a preços atuais, US$ 7 bilhões -ou cerca de US$ 500 milhões ao ano.
A Vale é sócia da Thyssen na CSA, com 10% do capital. O investimento total na nova siderúrgica será de US$ 3,6 bilhões. A usina produzirá 5 milhões de toneladas de placas de aço ao ano. Desse total, 2,1 milhões irão para o mercado alemão, e 2,5 milhões, para o americano, onde a Thyssen construirá uma usina de laminação de placas, focada na fabricação de produtos acabados de aço.
"Esse contrato é o começo de uma nova relação de longo prazo", disse Karl-Ulrich Köhler, presidente da ThyssenKrupp Steel, que veio ao Brasil para firmar a parceria com a Vale.
Para abastecer outras unidades do grupo, a Thyssen já compra anualmente da mineradora brasileira 15 milhões de toneladas de aço ao ano.
Até então, o maior contrato de suprimento da Vale, ainda em vigor, era o com a Arcelor (hoje Arcelor-Mittal), de fornecimento de 120 milhões de toneladas ao longo de seis anos.
Os preços serão corrigidos anualmente, seguindo a mesma fórmula aplicada aos demais clientes da Vale. Sobre as obras da CSA, Köhler disse que seguem o cronograma previsto.

Inco
A Vale espera concluir em janeiro próximo a compra de 100% da mineradora canadense de níquel Inco -hoje, tem 87% das ações da empresa.
Roger Agnelli, presidente da Vale, afirmou estar "tranqüilo" em relação ao processo de refinanciamento da dívida assumida para comprar a empresa -US$ 18 bilhões. Ele se disse satisfeito com os prazos obtidos nas operações que estão no mercado -a companhia lançou bônus no exterior de sete e dez anos (US$ 3,750 bilhões) e está concluindo emissão de debêntures no mercado brasileiro, cuja expectativa é captar até R$ 7 bilhões. "Estamos muito tranqüilos em relação ao funding para a aquisição da Inco."
O executivo disse ainda que esteve na Indonésia e na Nova Caledônia para conhecer as operações da Inco nos locais. Disse estar impressionado com a eficiência operacional, embora reconheça que há um atraso no início das atividades na Nova Caledônia em decorrência da demora na obtenção das licenças ambientais.
Diferentemente do que já foi noticiado, o executivo descartou a possibilidade de assumir a presidência da Petrobras no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "É pura especulação. [A informação] não tem procedência. Na Petrobras, só fico no Conselho de Administração [como membro], e está bem assim."


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