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Estudo reduzirá crítica ambiental aos carros flex
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com o menor ritmo de
desmatamento na Amazônia, os veículos viraram o
grande vilão do aumento da
emissão de gases de efeito estufa. As emissões no setor de
transportes foram as que
mais cresceram entre 1994 e
2007, segundo o Ministério
do Meio Ambiente.
Os veículos a diesel, como
ônibus e caminhões, são os
que mais poluem no setor,
que lançou quase 150 milhões de toneladas de gás
carbônico na atmosfera em
2007. Em média, o abate de
árvores na Amazônia causou
a emissão de cerca de 800
milhões de toneladas de CO2
por ano. Mas a média vem
caindo com o combate ao
desmatamento.
O governo entende que os
veículos a álcool teriam neutralizadas suas emissões de
gás carbônico porque as
plantações de cana (origem
do combustível) capturam
carbono da atmosfera. Essa
contabilidade é referendada
pelos guias do IPCC, o painel
intergovernamental de mudanças climáticas.
O compromisso "voluntário" de corte nas emissões de
gases de efeito estufa, anunciado pelo governo, prevê o
aumento do uso de biocombustíveis, para substituir a
queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel e gás).
O IPI verde complementa
a estratégia, num setor já beneficiado com volume bilionário de incentivos fiscais.
Até setembro, o setor deixou de recolher R$ 4 bilhões
de tributos, valor só inferior
aos estímulos concedidos à
compra de máquinas e equipamentos para a indústria,
de acordo com dados da Receita Federal. No ano que
vem, a previsão é que o setor
seja beneficiado com R$ 2,3
bilhões de incentivos fiscais.
A investida contra as emissões de carbono do setor de
transportes começaram em
setembro, quando o governo
passou a dar publicidade às
quantidades de poluentes e
de CO2 emitidas por cada
modelo de carro de passeio.
Alguns carros flex apareceram entre os mais poluentes,
considerados apenas os gases que não têm efeito imediato sobre o efeito estufa.
A divulgação pelo ministro
Carlos Minc (Meio Ambiente) foi duramente criticada
pelas montadoras e pelos
produtores de cana-de-açúcar. Uma nova versão da nota, que dará peso maior à redução das emissões de carbono atribuída aos veículos
movidos a álcool, será lançada em dezembro.
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