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Condição de vida dos brasileiros melhorou, diz Lula
Para o presidente, melhoria é visível no movimento de compras em shoppings; mercado prevê PIB e inflação maiores em 2007/8
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A melhoria nas condições de
vida do brasileiro é visível no
grande movimento de compras
em shopping centers, disse ontem Luiz Inácio Lula da Silva
em seu programa de rádio, "Café com o Presidente". Lula traçou um cenário róseo da economia, ignorando os alertas feitos
por ele mesmo na semana passada sobre o risco de a crise do
mercado imobiliário americano chegar ao Brasil.
Respondendo a uma pergunta que falava sobre o movimento no comércio popular e nos
shopping centers, Lula citou a
manchete da Folha de domingo retrasado sobre o crescimento da renda.
"Olha, mais animado eu fico
quando vejo uma manchete de
jornal dizendo que 20 milhões
de brasileiros saíram das classes D e E para a classe C. Significa o quê? Quem está indo ao
shopping, quem está indo a um
lugar em que se vende muito,
percebe que o povo pobre está
comprando, o povo pobre está
indo às compras. Significa o
quê? Significa que essas pessoas estão tendo uma ascensão
na sua vida social, as pessoas
estão fazendo parte do mercado, as pessoas estão virando
consumidores, o que é uma coisa extremamente importante."
Citando especificamente a
indústria, Lula diz que "o Brasil
está preparado para um grande
ciclo de crescimento sustentável". Novamente, Lula ignorou
os problemas estruturais.
A utilização das máquinas e
equipamentos instalados no
Brasil, que se aproxima de
100%, tem sido um dos nós da
equação do crescimento brasileiro e motivo de dor de cabeça
para parte da equipe econômica. Apesar de os investimentos
das empresas estarem crescendo, a equipe econômica avalia
que eles estão maturando lentamente, em descompasso com
o aumento do consumo.
Com isso, a economia cresce
num ritmo maior do que o seu
potencial, o que pode gerar
problemas de inflação mais à
frente. Essa avaliação levou o
Banco Central a parar de reduzir os juros. Os diretores que
definem a trajetória da taxa temem dar mais estímulo e depois ter de frear o crescimento
econômico para evitar um surto inflacionário.
No programa, o presidente
Lula se justificou pelo atraso
no PAC -o conjunto de obras
para acelerar o crescimento.
Lançado em janeiro deste ano,
o programa estava previsto para ter um forte impacto na economia já em 2007.
No entanto, com grande parte das obras atrasada, o governo encerrará o ano sem conseguir sequer gastar os recursos
previstos. Segundo Lula, os
efeitos do PAC serão sentidos
em 2008.
"Quando nós lançamos o
PAC no dia 22 de janeiro de
2007, nós tínhamos consciência de que era preciso, ao lançar
o PAC, estruturá-lo, ou seja,
criar um grupo gestor, começar
a discutir com prefeituras, começar a discutir com o governo
dos Estados, começar a discutir
com as empresas públicas. Afinal de contas, são R$ 504 bilhões, e quase tudo isso começa
a desovar, a gerar empregos e a
gerar renda no próximo ano."
Lula também comemorou o
aumento no registro de empregos formais. "O emprego criado
no ano de 2007 é o maior da série histórica do Caged [Cadastro Geral de Empregados e Desempregados], ou seja, foram
quase 2 milhões de empregos
criados com carteira assinada
até o mês de novembro, até o
dia 30 de novembro. É uma coisa excepcional."
PIB e inflação maiores
O mercado financeiro elevou
suas estimativas para o crescimento econômico e a inflação
do país neste ano e em 2008, segundo o boletim Focus divulgado ontem pelo Banco Central.
A previsão de crescimento do
PIB em 2007 subiu para 5,12%
(5,06% na semana passada).
Para 2008, a estimativa é de
4,50% (antes, 4,40%).
Já a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) deve fechar
2007 em 4,35%, de acordo com
o mercado (4,21% na semana
passada). Para 2008, o mercado
espera 4,25% (na semana passada a previsão era de 4,20%).
Com a Reuters
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