São Paulo, segunda-feira, 26 de janeiro de 2004

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PARCIMÔNIA RADICAL

Para ministro da Casa Civil, economia deve ser observada no ano inteiro, e não só em janeiro

Juro cairá até 4 pontos no ano, afirma Dirceu

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, afirmou ontem, em São Paulo, que a taxa anual de juros deverá cair três ou quatro pontos percentuais durante todo o ano de 2004 e que, portanto, não há motivos para ansiedade.
A declaração de Dirceu é uma resposta às duras críticas do mercado financeiro, que considerou extremamente conservadora a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, anunciada na semana passada, de manter a taxa básica de juros (Selic) em 16,5% ao ano.
"Nós estamos com os juros mais baixos dos últimos dez anos. Os juros caíram dez pontos percentuais, e o Banco Central sabe o que está fazendo. O país vai continuar com uma política monetária e vai trabalhar com o objetivo de que crescer é criar empregos", afirmou ontem Dirceu, durante a comemoração dos 450 anos da cidade de São Paulo.
"O problema é que nós temos de olhar a economia durante o ano todo, não só no mês de janeiro. Nós temos três ou quatro pontos percentuais de juros para baixar durante o ano e, portanto, não podemos e não devemos ficar ansiosos porque os juros não baixaram na primeira reunião do Copom no ano", declarou Dirceu.
Com uma avaliação otimista, o ministro afirmou que o país está no caminho certo para a redução da taxa de juros, para o crescimento econômico e para a geração de empregos -o crescimento no primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva foi zero ou muito pouco acima.
"Vamos olhar para o cenário internacional, vamos olhar para o quadro todo da política econômica. Todos os indicadores são de crescimento, basta olhar os indicares industriais, por exemplo. E o país precisa crescer, vai crescer e eu tenho certeza de que o país vai crescer", declarou o ministro.
O novo ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, afirmou também estar otimista com a queda da taxa de juros para um patamar mais "civilizado".
Na opinião do ex-ministro da Previdência, que assume a nova pasta nesta semana, uma taxa menor irá promover maior crescimento da economia e estimular a geração de empregos.


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