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Deputados e senadores também querem mais tempo para definição
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Deputados e senadores da base
do governo e da oposição defendem o adiamento da data para a
escolha do padrão de TV digital
no Brasil. Os parlamentares querem ouvir ministros envolvidos
na questão na semana que vem.
Foi marcada uma audiência pública com o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB-MG), para terça-feira. A intenção
é chamar também os ministros
Sérgio Resende (Ciência e Tecnologia) e Luiz Fernando Furlan
(Desenvolvimento).
Na semana passada, o ministro
das Comunicações havia dito que
o governo deveria decidir o padrão até o fim da primeira quinzena de fevereiro, para que a implantação da TV pudesse acontecer ainda neste ano. A Casa Civil
informou que não há prazo para a
decisão do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva sobre a TV digital. O
prazo do dia 10, ainda segundo a
Casa Civil, seria o limite para a entrega dos relatórios que vão embasar a decisão e que estão sendo
feitos pelo CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações). Estão na disputa os padrões americano (ATSC),
europeu (DVB) e japonês.
Ontem houve reunião de parlamentares com especialistas em
TV digital e organizações da sociedade civil envolvidas no tema.
"Há pouca probabilidade de decidir essa questão até o dia 10 de fevereiro. Esse prazo é exíguo demais", disse o deputado Jorge Bittar (PT-RJ).
"Um grande erro seria tomar
essa decisão sem negociar assento
nos conselhos e participação no
desenvolvimento tecnológico. É
preciso assegurar que o que for
desenvolvido no Brasil vai ser inserido nos chips [que farão parte
dos aparelhos de televisão e dos
conversores]", afirmou o deputado Júlio Semeghini (PSDB-SP).
Entre parlamentares, a reunião
contou também com a participação dos deputados Orlando Fantazzini (PSOL-SP), Walter Pinheiro (PT-BA), Luiza Erundina
(PSB-SP), Jandira Feghali (PC do
B-RJ) e Renato Casagrande (ES),
líder do PSB na Câmara. Também
participaram a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), e o senador Saturnino Braga (PT-RJ). Todos manifestaram opinião favorável ao adiamento.
De acordo com Saturnino Braga, após realizar seminários e audiências públicas, é importante
que o Congresso defina outro calendário: "Nós precisamos propor um novo calendário para que
não acusem o Congresso de estar
querendo adiar a decisão".
Semeghini reclamou de falta de
transparência do governo. Para
ele, estudos feitos com recursos
públicos sobre o tema deveriam
ser divulgados pelo Ministério
das Comunicações e não foram.
Gustavo Gindre, membro do
conselho diretor da Intervozes
(entidade civil que atua na área da
democratização dos meios de comunicação), defendeu o adiamento da decisão para uma melhor discussão do papel democratizador da TV digital: "É quase
um novo meio de comunicação.
Hoje a televisão está nas mãos de
poucos e, com a TV digital, podem entrar novos atores".
Murilo Ramos, professor da
Universidade de Brasília, foi contra a pressa: "Faz pouca diferença
decidir em fevereiro de 2006 ou
em fevereiro de 2007".
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