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FolhaInvest
Fundo ignora juro menor e segue atraente
Além de renda fixa e DI, alternativas como CDBs e Tesouro Direto ainda prometem bom retorno com o atual patamar da Selic
Apesar da queda de 1 ponto na Selic, país se mantém com a mais alta taxa de juros reais; Bolsa é indicada apenas para longo prazo
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O início do esperado ciclo de
redução da taxa básica brasileira vai afetar diretamente a rentabilidade das aplicações que
rendem juros neste ano. Todavia, como o Brasil pratica os
maiores juros reais do planeta,
buscar aplicações como os fundos DI e de renda fixa ainda serão alternativas interessantes,
avaliam analistas.
As grandes dúvidas em relação ao que reserva a Bolsa de
Valores para este ano -após o
fiasco de 2008- tornam a opção de aumentar a exposição ao
risco, como o representado pelas ações, algo ainda bastante
incerto, principalmente para as
aplicações de curto prazo.
Além dos fundos, os investidores têm se aproveitado de
outras alternativas para não
perder os juros elevados, com
destaque para os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e
os títulos públicos negociados
pelo Tesouro Direto.
A taxa básica Selic -referência para os juros praticados no
mercado- foi reduzida para
12,75% anuais na semana passada. Com isso, os juros reais
brasileiros (Selic descontada a
inflação projetada para 12 meses) ficaram em 7,6% -a maior
taxa do planeta.
"Os juros vão se manter em
patamares elevados. Temos os
maiores juros reais do mundo.
E o investidor não tem muitas
alternativas interessantes [às
aplicações que pagam juros]
neste momento", afirma o administrador de investimentos
Fábio Colombo.
Os fundos de renda fixa deram, na média, 12,85% em
2008. Os fundos DI, 12,11%. E
os CDBs pagaram 11,83%.
Os fundos DI, cujas carteiras
são compostas por títulos públicos e privados pós-fixados,
devem acompanhar mais de
perto a esperada redução da taxa Selic. Para a renda fixa, que
tem mais papéis prefixados, o
impacto da queda Selic deve ser
sentido menos intensamente.
Um ponto relevante para os
investidores estarem atentos é
a formação da carteira -ou seja, os papéis que o gestor escolheu para compor o fundo. Os
fundos são uma comunhão de
recursos de vários investidores.
E o gestor pega esses recursos e
adquire no mercado títulos do
governo ou privados (como debêntures, notas promissórias e
mesmo CDBs). Desse mix é que
sai a rentabilidade. Por isso,
mesmo os fundos de renda fixa
não vão ter um retorno igual.
"Entender a formação da carteira do fundo é algo muito importante, mas ignorado por
grande parte dos investidores.
Além disso, é preciso avaliar as
taxas que são cobradas nos fundos, que podem engolir boa
parte da rentabilidade bruta",
diz Jason Freitas Vieira, economista-chefe da UpTrend Consultoria Econômica.
No caso dos CDBs, a situação
é diferente. O CDB é um título
emitido pelo banco e oferecido
diretamente ao cliente. Na prática, o banco pega dinheiro emprestado do cliente e paga uma
taxa de juros para isso. A rentabilidade dos CDBs varia de um
banco a outro e do montante
que a pessoa tem para investir
(quanto mais capital, maiores
as chances de o banco oferecer
juros elevados).
"O CDB vai seguir competitivo. Mas é importante analisar
as taxas que o banco oferece.
Em alguns casos, se descontados a taxa de administração e os
tributos, torna-se mais interessante colocar o dinheiro na
poupança", diz Colombo.
A taxa de administração é cobrada nos fundos de investimento e costuma oscilar entre
1% e 4% ao ano. Se o fundo tiver
uma taxa de administração
muito elevada, o retorno líquido pode deixar de ser atraente.
As informações dos fundos,
como a taxa de administração
cobrada e a rentabilidade oferecida ou proposta, devem ser
checadas antes de a aplicação
ser feita. Os gestores têm a
obrigação de oferecer aos investidores o prospecto da aplicação, no qual devem constar
todas as informações.
O mercado acionário, que se
destacou entre 2003 e 2007,
decepcionou em 2008, com a
Bovespa tendo seu pior ano
desde 1972, ao se desvalorizar
em 41,22%. Para este ano, analistas esperam que haja alguma
recuperação, mas poucos se arriscam em falar em altas mais
expressivas. Para quem pensa
em aplicações de prazos mais
longos, ao menos por dois anos,
a Bolsa tem sido recomendada
como uma opção de diversificação, pois os preços das ações de
grandes empresas se depreciaram consideravelmente.
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