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País consome 1,1% menos energia em 2009
Declínio é provocado pela retração da indústria, que diminuiu produção e cortou postos de trabalho durante a crise
Na contramão, consumo de eletricidade nas residências e no comércio avança mais de 6%; calor eleva a
demanda em dezembro
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Num sinal do forte impacto
da crise sobre a economia brasileira -em especial sobre a indústria-, o consumo de energia elétrica no Brasil caiu 1,1%
em 2009, segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética).
Ao todo, o país demandou
388.204 GWh de energia no
ano passado. E todo o declínio
foi provocado exclusivamente
pela indústria, setor mais afetado pela crise.
A recessão fez a indústria pisar no freio: o setor demitiu,
cortou linhas de produção e,
desse modo, consumiu menos
energia. Na indústria, a queda
foi de 8% em 2009. A retração
levou a indústria ao padrão de
consumo de 2006. Ou seja, a
crise enterrou o crescimento
de dois anos inteiros.
O desempenho só não foi
pior graças ao mercado interno,
cuja demanda se manteve
aquecida e impulsionou o consumo doméstico e comercial de
energia elétrica. A expansão da
oferta de energia e o programa
de eletrificação Luz para Todos
também ajudaram a alavancar
a demanda residencial. Diante
desses fatores, o consumo das
residências brasileiras terminou o ano com aumento de
6,2% em relação a 2008.
A EPE ressalta que cresceu
também o gasto médio dos consumidores de energia, além da
expansão do total de usuários.
Em 2009, foram incorporadas
à rede elétrica 1,807 milhão de
unidades domiciliares.
O consumo comercial registrou expansão de 6,1% no período, puxado pelo "contínuo
processo de abertura de pontos
comerciais", afirma a EPE.
Recuperação gradual
Em seu relatório, a EPE destaca que, apesar da queda do
consumo, "o indicador foi se recuperando ao longo do ano"
com a melhora do cenário e a
retomada -ainda que lenta-
da produção fabril.
Apesar da queda no acumulado do ano, o consumo nacional
de energia elétrica teve um forte crescimento -de 8,4%- em
dezembro de 2009 em relação
ao mesmo mês de 2008.
Um dos motivos de tal expansão é justamente a fraca base de comparação -ao final de
2008, a demanda despencou
com a crise.
Mais uma vez, residências e
comércios lideraram a expansão do consumo em dezembro,
com taxas de crescimento de
11,7% e 13,4%, respectivamente, ante dezembro de 2008. Diferentemente do acumulado do
ano, período em que teve forte
queda, a região Sudeste foi a
maior responsável por esses resultados em dezembro.
De acordo com a EPE, a forte
onda de calor foi o principal fator de estímulo ao consumo de
energia elétrica tanto no comércio como na indústria.
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