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Milho lota armazéns e impede sojicultor de guardar produto
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CHAPADÃO DO CÉU (GO)
O represamento de milho
nos armazéns gerais do Centro-Oeste, provocado pela superprodução de 2009 e pelos
preços baixos do cereal, impedirá o armazenamento da soja
que começa a ser colhida na região, segundo produtores e proprietários de armazéns.
Sem alternativas para guardar o grão, a maioria dos sojicultores terá de entregar o produto logo após a colheita para
as "tradings", empresas que
compram e exportam. Depois
de receber, essas empresas esmagam ou mandam a soja para
outro país, mantendo a capacidade de recebimento.
Com poder de negociação reduzido, o produtor terá duas alternativas: vender imediatamente ou entregar o grão para
as empresas e ficar com uma
carta de crédito em mãos, que
lhe permite faturar no futuro.
Hoje, o milho estocado na
Jardim Armazéns Gerais, de
Chapadão do Céu (GO), ocupa
60% dos quatro silos da empresa, que suportam 300 mil sacas
ao todo, segundo o proprietário, Marcus de Oliveira, 39.
Dos armazéns do Centro-Oeste que guardam grãos para a
Conab, 80% estão na mesma situação, conforme ele. Já as
"tradings" não recebem tanto
milho e, por isso, estão "esperando a soja de boca aberta".
Emílio Garcia, 31, que planta
soja em Chapadão do Sul e em
Jataí (GO), diz que, em 2009,
guardou parte da produção até
o fim de julho, na expectativa
de vender melhor na entressafra, quando a soja tende a se valorizar. Neste ano, não conseguiu espaço em nenhum dos 27
armazéns de Chapadão do Céu.
"As empresas vão se prevalecer
da situação porque não temos
onde guardar. Vão dizer: "O preço é esse aí, entrega o grão e
pronto"." No mercado da soja
de Chapadão do Céu, atuam
seis "tradings".
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