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Índia desiste de produzir álcool no Brasil
Ministério indiano atribui à desaceleração econômica a decisão de cancelar investimento de US$ 600 mi
GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO
Por causa da desaceleração
econômica, a Indian Oil, a Hindustan Petroleum e a Bharat
Petroleum arquivaram planos
de investir em fazendas de cana-de-açúcar no Brasil para a
produção de álcool.
"O projeto se mostrava viável
e estratégico para a indústria de
energia indiana. No entanto,
em decorrência das restrições
de recursos, as empresas públicas do país não contemplam
mais, no momento, qualquer
projeto no Brasil para produzir
álcool", disse o ministro do Petróleo da Índia, Murli Deora.
A Indian Oil, a Hindustan e a
Bharat Petroleum haviam planejado, em conjunto, comprar
ou arrendar usinas com o objetivo de usar o álcool como alternativa para reduzir a dependência de petróleo importado.
As empresas trabalhavam
em propostas para adquirir fatias de 15% a 35% em duas companhias -a Louis Dreyfus
Commodities Bionergia e a Infinity Bio-Energy.
As companhias indianas
também pretendiam ficar com
50% da Rezek Energia. Na busca de possíveis sócios, a consultoria The Jai Group também
identificou a Goiasa.
Em visita do ministro Miguel
Jorge (Desenvolvimento) à Índia no ano passado, o governo
indiano estimou que o investimento das companhias do país
pudesse chegar a US$ 600 milhões. A capacidade inicial de
produção esperada era de 500
milhões de litros. Em 2008, o
volume fabricado de álcool no
Brasil chegou a 26 bilhões de litros, 15% mais que em 2007.
Perdas
A decisão indiana representa
mais um baque para o setor sucroalcooleiro. A diretoria técnica da Unica (União da Indústria
de Cana-de-Açúcar) estima
perda de R$ 10 bilhões nas duas
últimas safras -primeiro, por
as cotações do açúcar terem se
mantido muito baixas e, mais
recentemente, por os preços do
álcool não reagirem.
No fim do ano passado, o setor já havia estimado que o número de novas usinas até 2015
tinha caído de 140 para 93.
Empresas da cadeia sucroalcooleira vinham se endividando, em especial desde 2005. A
crise financeira do último trimestre de 2008 determinou o
congelamento de investimentos que prejudicou não apenas
o segmento do açúcar e do álcool, mas também a indústria
de máquinas e equipamentos.
Colaborou ÁLVARO FAGUNDES , da Redação
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