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Cesp coleciona fracassos na privatização desde gestão Covas
DA REPORTAGEM LOCAL
A instabilidade econômica e
regulatória derrubou as três
tentativas do governo paulista
de vender a Cesp (Companhia
Energética de São Paulo).
A primeira tentativa de privatizar as usinas remanescentes da estatal aconteceu em dezembro de 2000 (governo Mário Covas), um ano depois que o
governo de São Paulo fez a cisão
da Cesp e separou as empresas
de distribuição (CPFL, Elektro,
Bandeirante e Eletropaulo),
transmissão (vendida em
2006) e geração. Embalado
com os bons resultados dos leilões das usinas do rio Tietê (adquiridas na ocasião pela AES) e
do rio Paranapanema (compradas pela Duke Energy), o Estado considerou viável vender as
usinas do rio Paraná (Ilha Solteira, Jupiá, Três Irmãos e Porto Primavera), além de dois outras hidrelétricas de menor
porte: Jaguari e Paraibuna.
Envolta numa crise financeira iniciada nos anos 80 e agravada na década seguinte, a Cesp
endividada não conseguiu
atrair o interesse de nenhum
grupo. Uma nova tentativa seria repetida em maio de 2001
(governo Geraldo Alckmin),
um mês antes de deflagrado um
programa emergencial contra o
apagão. Na ocasião, a Federação dos Engenheiros obteve liminar exigindo que os novos
controladores assumissem o
compromisso de expandir a capacidade instalada das seis usinas em 16,5% em oito anos. Não
houve interessados.
Saneamento
Com um valor de mercado
superior a R$ 12,7 bilhões, a
Cesp passa há mais de uma década por um processo de saneamento para ser vendida. Para
isso, o governo de São Paulo
implementou uma completa
reestruturação da dívida da
Cesp, que teve a injeção de capital de R$ 6,3 bilhões para reduzir sua dívida, avaliada agora
em R$ 6,5 bilhões.
O saneamento foi iniciado
com um aumento de capital de
R$ 3,2 bilhões com a emissão
de novas ações, em julho de
2006.
Outro R$ 1,193 bilhão veio da
privatização da Cteep (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista), no final
de junho de 2006.
O governo conseguiu também mais R$ 1,2 bilhão com a
emissão de bônus e outro R$ 1,9
bilhão com a securitização de
recebíveis, que foram parar em
fundos de investimento.
Com a privatização, o governo paulista tentava retomar
seu antigo programa de desestatização, cujo primeiro passo
foi dado em setembro do ano
passado, quando a Secretaria
da Fazenda abriu uma licitação
com o objetivo de contratar
empresas para avaliar o valor e
propor um modelo de negócio
para 18 empresas estatais.
Entre as estatais objeto de
avaliação, estavam o Metrô, a
CPTM (Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos), o IPT
(Instituto de Pesquisas Tecnológicas), a Dersa, a Imprensa
Oficial e a Cetesb (Companhia
de Tecnologia de Saneamento
Ambiental).
(AGNALDO BRITO e TONI SCIARRETTA)
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