São Paulo, quinta-feira, 26 de março de 2009

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@grupofolha.com.br

MENOS RUIM
"Está menos ruim do que se esperava". A afirmação é de Carlos Lovatelli, da Associação Brasileira de Agribusiness, feita ontem em fórum da entidade sobre os desdobramentos da crise. O crédito, pivô da crise, começa a voltar ao normal de seis meses a um ano, diz ele.

SEM CRISE
Luiz Lourenço, presidente da Cocamar, tem opinião semelhante. "A crise não atingiu as cooperativas e o produtor está capitalizado". Mas Lourenço, cuja cooperativa que preside fica no Paraná, admite que a situação é um pouco diversa para produtores endividados.

PRESSÃO MENOR
Luís Carlos Guedes Pinto, do setor de agronegócio do Banco do Brasil, diz que a pressão de custos na safra 2009/10 pode ser menor, com a queda nos custos dos insumos. Mesmo assim, o crédito disponível deve ficar entre R$ 90 bilhões e R$ 100 bilhões na safra 2009/10.

PROVISÃO
O BB deve elevar em 25% a oferta nesta nova safra, podendo chegar a R$ 45 bilhões. Esse aumento anual e o fato de o banco ser líder no crédito aumentam os riscos. Em 2003, o BB tinha R$ 493 milhões de provisões (reservas para eventuais perdas) no setor, valor que subiu para R$ 4,78 bilhões em dezembro último.

FRANGO CAI
Cotado a R$ 1,70 desde o início do mês, o quilo de ave viva recuou ontem para R$ 1,60 nas granjas paulistas. A queda em São Paulo segue a de Minas Gerais. Em 30 dias, os preços caíram 11% em São Paulo.

O MENOR
A crise financeira mundial jogou os preços do algodão no chão. O indicador real do Cepea indica o menor valor desde a criação do índice, em 1996. Em termos nominais, o preço é o menor desde dezembro de 2005. Demanda menor e oferta maior para fazer caixa são os principais fatores da queda.

TERRA REAGE
Os preços da terra resistem à crise e voltam a subir. O valor médio nacional do hectare foi a R$ 4.373 no primeiro bimestre do ano, acima dos R$ 4.330 do último de 2008. Os dados são da AgraFNP. Em 12 meses, a alta nominal é de 5,7%. Já em 36 meses, o ganho é de 42,7%.

SURPREENDEU
Jacqueline Bierhals, analista do mercado de terras da AgraFNP, diz que o comportamento dos preços da terra surpreendeu neste início de ano. Houve a retomada do interesse da ponta compradora, que voltou ao mercado em busca de terras para a produção de grãos e até mesmo para o plantio de cana-de-açúcar.


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