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Concorrentes superam a oferta do Barclays pelo ABN
Proposta coloca em situação delicada gestores do ABN, que fecharam com banco britânico
Pressionado por acionistas, direção teve de ouvir oferta do consórcio, que quer fatiar operações no mundo; decisão pode levar meses
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Rivais do britânico Barclays,
os bancos RBS (Royal Bank of
Scotland), Santander e Fortis
tornaram pública ontem uma
oferta de mais de US$ 100 bilhões, sendo 70% em "cash",
pelo ABN Amro Bank. A proposta cobre a feita pelo Barclays e deixa o conselho do banco holandês em situação delicada perante os acionistas, que se
reúnem hoje em Amsterdã.
Na segunda, o conselho do
ABN recomendou aos acionistas a venda para o Barclays por
um valor menor e ainda por
meio de troca de ações. O negócio foi condicionado à venda do
banco La Salle para o Bank of
America por US$ 21 bilhões.
Pressionado pelos acionistas,
os gestores do ABN tiveram de
aceitar abrir suas contas para o
consórcio e devem ouvir a proposta, que prevê a divisão do
banco no mundo.
A assembléia anual de acionistas de hoje não deve votar a
venda do ABN. O fundo britânico TCI, que tem menos de 3%
do ABN, conseguiu incluir na
pauta o debate sobre a baixa lucratividade e a eventual cisão
do banco. A votação sobre a
venda deve ficar para agosto.
Até lá, o banco holandês deve
ser alvo de um leilão, com sucessivas ofertas dos interessados. O negócio já é o maior e o
mais disputado da indústria
bancária de todos os tempos.
Os três bancos condicionam
a proposta apresentada ontem
à desistência do banco holandês em vender o LaSalle para o
Bank of America. O LaSalle é a
principal aposta do RBS para
crescer nos EUA, onde já figura
como o maior banco estrangeiro em operação.
Já o Santander pretende assumir as operações do ABN
Real no Brasil e do Antonveneta na Itália, enquanto o belga-holandês Fortis se interessa
pelo varejo na Holanda.
Os bancos afirmaram, em comunicado, que sua proposta
pelo ABN é 13% superior à
apresentada pelo Barclays. Pela
proposta, 70% do pagamento
será feito em "cash" e os 30%
restantes, em ações do RBS. Na
última segunda, o Barclays ofereceu o equivalente a US$ 91 bilhões pelo ABN por meio exclusivo de troca de ações.
As ações do ABN chegaram a
subir mais de 5% ontem, mas
terminaram o dia com alta de
3,5%. A valorização torna o negócio cada vez mais caro, pois
envolve troca proporcional de
ações. Com a alta dos papéis, o
valor estimado que o consórcio
pagaria pelo ABN chegou ontem a US$ 103,75 bilhões.
Brasil
Os bancários se reúnem hoje
com a diretoria do ABN Real no
Brasil para saber os detalhes da
venda. Eles planejam atrasar
em meia hora a abertura da
agência na rua Boavista (centro
de SP) e fazer protesto, na hora
do almoço, em frente à sede do
banco, na avenida Paulista.
Eles temem que a proposta de
demissão de 10% dos funcionários chegue ao Brasil, o que o
ABN Real descarta.
Com agências internacionais
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