São Paulo, quinta-feira, 26 de abril de 2007

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TELEFONIA

Citi, fundos e Telecom Italia avançam em acordo sobre BrT

JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

As conversas entre o Citigroup e os fundos de pensão com a Telecom Italia, para comprar a fatia dos italianos na BrT (Brasil Telecom), avançaram. Interlocutores europeus próximos aos diálogos afirmaram à Folha ser "questão de semanas, ou mesmo de dias", a concretização do negócio.
Telecom Italia, Citigroup, fundos de pensão e Opportunity são os controladores da BrT, operadora de telefonia fixa das regiões Norte, Sul e Centro-Oeste e alvo da maior disputa societária ocorrida no país.
Do lado italiano, as conversas estão sendo tocadas pelo vice-presidente da Telecom Italia, Carlo Buora. Mas é a brasileira Angra Partners, gestora dos recursos dos fundos de pensão, a responsável por afrouxar, por meio de uma atuação intensa nos bastidores, os nós que podem dificultar a transação.
O primeiro deles diz respeito à participação do Opportunity, com quem Citi e fundos travam "briga" jurídica de proporções gigantescas, em Nova York e Brasília.
Segundo a Folha apurou, tem havido sondagens de pessoas ligadas à Angra Partners em relação às ações do Opportunity. Isso, porém, aconteceu antes de as negociações com os italianos evoluírem. Não há certeza sobre se o interesse permaneceria de pé caso Citi e fundos possam comprar a fatia da Telecom Italia na BrT.
Mas qual o objetivo da compra se, até o ano passado, Citi e fundos insistiam em passar um discurso de venda das próprias participações na BrT? A resposta pode estar na maior operadora brasileira, a Telemar, na qual ambos os sócios também têm boa parte das ações.
Em Paris, conforme a Folha apurou, o Citigroup admitiu ter entrado em acordo com os fundos de pensão no começo de 2005 por perceber que havia um plano das entidades de previdência, apoiado pelo governo, para fundir a BrT e a Telemar. No meio desse rolo estão os demais sócios da Telemar. Preocupados com as condições dessa suposta união -que só acontecerá se o governo mudar a lei atual-, eles estão conversando com investidores estrangeiros. O objetivo é elevar o preço para aceitar uma fusão seguida de pulverização.


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