São Paulo, domingo, 26 de abril de 2009

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EUA apoiam peso maior de países emergentes no FMI

FERNANDO CANZIAN
DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

O governo dos EUA deu ontem amplo suporte à reforma do FMI que pretende ampliar o peso e o poder de decisão de países emergentes como o Brasil. O maior sócio do Fundo disse esperar que a revisão das cotas de cada país seja concluída até janeiro de 2011.
"A administração Obama está fortemente comprometida em se certificar de que a governança do FMI seja tão moderna quanto o mundo em que vivemos", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geitner, em discurso na abertura da reunião do Comitê Financeiro.
"Os EUA endossam o pedido do G20 para que a próxima revisão das cotas do FMI seja concluída em janeiro de 2011. É preciso que haja uma ação mais firme para realinhar as cotas com a dinâmica que têm hoje as economias emergentes", disse.
O secretário dos EUA defendeu a redução do número de membros no comitê-executivo do FMI de 24 para 22 representantes em 2010, e para 20 cadeiras até 2020. Geithner disse que esse encolhimento do comitê-executivo não deve comprometer a atual representação dos países emergentes. Ou seja, que os países avançados é que devem ceder espaço.
A declaração de Geithner representa mudança importante na posição norte-americana em relação à reforma do FMI, à qual a administração de George W. Bush era mais refratária.
Os países europeus apoiaram a reforma do Fundo. Mas, segundo o representante da região, o tcheco Miroslav Kalousek, "a reforma na governança do FMI envolve pontos difíceis e complexos que devem ser objeto de novas discussões".
Em uma eventual reforma do FMI, os países europeus são os que têm mais a perder, pois muitas economias muito menores do que a do Brasil ou Índia ainda têm hoje mais poder de voto, resquício dos critérios da criação do Fundo, em 1945.
O Brasil, por exemplo, tem uma economia três vezes maior do que a Bélgica e quase o mesmo percentual em cotas.
No início do atual processo de reforma, que se desenrola há anos, já houve um aumento nas cotas de 54 países. A cota do Brasil subiu de 1,4% para 1,8% do total, enquanto o poder de voto do país aumentou de 1,4% para 1,7% dos votos totais.


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