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EUA apoiam peso maior de países emergentes no FMI
FERNANDO CANZIAN
DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
O governo dos EUA deu ontem amplo suporte à reforma
do FMI que pretende ampliar o
peso e o poder de decisão de
países emergentes como o Brasil. O maior sócio do Fundo disse esperar que a revisão das cotas de cada país seja concluída
até janeiro de 2011.
"A administração Obama está fortemente comprometida
em se certificar de que a governança do FMI seja tão moderna
quanto o mundo em que vivemos", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geitner, em discurso na abertura da
reunião do Comitê Financeiro.
"Os EUA endossam o pedido
do G20 para que a próxima revisão das cotas do FMI seja
concluída em janeiro de 2011. É
preciso que haja uma ação mais
firme para realinhar as cotas
com a dinâmica que têm hoje as
economias emergentes", disse.
O secretário dos EUA defendeu a redução do número de
membros no comitê-executivo
do FMI de 24 para 22 representantes em 2010, e para 20 cadeiras até 2020. Geithner disse
que esse encolhimento do comitê-executivo não deve comprometer a atual representação
dos países emergentes. Ou seja,
que os países avançados é que
devem ceder espaço.
A declaração de Geithner representa mudança importante
na posição norte-americana
em relação à reforma do FMI, à
qual a administração de George
W. Bush era mais refratária.
Os países europeus apoiaram
a reforma do Fundo. Mas, segundo o representante da região, o tcheco Miroslav Kalousek, "a reforma na governança
do FMI envolve pontos difíceis
e complexos que devem ser objeto de novas discussões".
Em uma eventual reforma do
FMI, os países europeus são os
que têm mais a perder, pois
muitas economias muito menores do que a do Brasil ou Índia ainda têm hoje mais poder
de voto, resquício dos critérios
da criação do Fundo, em 1945.
O Brasil, por exemplo, tem
uma economia três vezes maior
do que a Bélgica e quase o mesmo percentual em cotas.
No início do atual processo
de reforma, que se desenrola há
anos, já houve um aumento nas
cotas de 54 países. A cota do
Brasil subiu de 1,4% para 1,8%
do total, enquanto o poder de
voto do país aumentou de 1,4%
para 1,7% dos votos totais.
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